— O inverno este ano começou bem, mas faltou água no período do enchimento dos grãos (nos meses de abril e maio, quando a planta já está frutificada e em desenvolvimento). A gente diz que as espigas de milho ficaram banguelas — relatou o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Pesca do estado, Raimundo Coelho.
Coelho explicou que a produção no sul do Maranhão, onde a soja é predominante, não sofreu grandes impactos em função do plantio antecipado, no início do ano. No entanto, a situação da pecuária afeta todos os produtores maranhenses.
— Muitos animais ficaram sem pasto. Estamos procurando áreas para aluguel, mas ainda temos dificuldade para alimentar o gado — disse.
Pelas contas do governo estadual, 30% dos pastos foram queimados este ano.
Enquanto isso, o clima seco que ainda deve se prolongar até o final de outubro não aponta mudanças no cenário. O estado do Maranhão é o que mais concentra ocorrências de queimadas em 2012. Imagens do satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 13,4 mil ocorrências desde o início do ano. Apenas nas últimas 48 horas, foram identificados mais de 500 focos de incêndio no Estado.
A quantidade de queimadas registradas nos últimos dias, apesar de significativa, ainda é menor do que as ocorrências verificadas no Pará que, nos dois últimos dias, registrou mais de 600 novos focos de incêndio. No ranking nacional, o Pará aparece em quinto lugar, com 5,5 mil focos registrados.
Apesar do volume, os produtores paraenses não sentiram tanto os efeitos da seca e dos prejuízos com incêndios. De acordo com a assessoria da Secretaria de Agricultura do Pará, os pequenos produtores de arroz sentiram mais os prejuízos. Ainda assim, o órgão afirma que poucas perdas foram registradas.
“Em Altamira, por exemplo, a maior produção é de cacau, que não sofreu qualquer problema”, afirmou a assessoria. O município está no topo da lista de ocorrências de queimadas dos últimos dias, com 137 novas ocorrências, seguido por São Félix do Xingu, com 103 focos registrados nas últimas 48 horas.
O coordenador adjunto da Defesa Civil no Pará, Coronel Augusto Almeida, explicou que “o estado tem um número acentuado de pequenas ocorrências. Nenhuma delas, de média ou grande porte”. Almeida acrescentou que as equipes continuam em estado de alerta.
— Mas a maior parte das ocorrências é de fogo na mata, principalmente em Marabá e Parauapebas, no sudeste do Pará.