Enquanto em algumas áreas o trigo já germinou, outras ainda recebem a semente. Principalmente no norte do Estado, o produtor paranaense ficou dividido entre esperar pela chuva e cumprir o prazo legal do zoneamento agroclimático, que terminaria nesta quarta, dia 20.
? A gente procura plantar sempre em abril. Como não houve chuvas, atrasou o plantio e aí nós temos que cumprir o dia que é estipulado pelo banco. Se não tivesse que plantar dentro do prazo, a gente ia ter que plantar muito fora do prazo e plantando fora do prazo pode ser um prejuízo muito grande. Fica difícil porque na hora de uma perícia, fica sem cobertura ? afirma o produtor de trigo Osvaldo Dante.
Dados do zoneamento agroclimático, como o melhor período para plantar de acordo com o clima e volume de chuvas da região, são avaliados pelos agentes financeiros antes da liberação de recursos. Os riscos são maiores para quem não segue as orientações legais. No norte do Estado, o prazo foi estendido de 20 para 31 de maio.
De qualquer forma, as propostas de financiamento e seguro que ainda estão sendo avaliadas pelos bancos continuam valendo, depois que o Ministério da Agricultura estendeu o zoneamento agroclimático para o final do mês.
Segundo o departamento de economia rural da Secretaria de Agricultura, atualmente estão plantados 56% dos 1,17 milhão de hectares previstos para esta safra no Paraná. No ano passado, eram 61%. A boa notícia é que a volta das chuvas pode recuperar a produtividade do trigo paranaense. A previsão de colheita é de três milhões de toneladas.
? O trigo é uma cultura com custo de produção alta porque usa muito fungicida e muito fertilizante. Para ter retorno para o produtor, o potencial produtivo do trigo tem que ser alto. O produtor é consciente disso então ele tem que plantar dentro das condições de umidade para ele não perder ? conclui a engenheira agrônoma do Núcleo do Departamento de Economia Rural (Deral) Rosângela Zaparolli Vieira.