– Nosso país depende muito da importação de produtos agrícolas e nós temos grande interesse de realizar investimentos neste setor. O Brasil é um país que realmente tem muita representatividade neste segmento, como exportador de alimentos. Nosso objetivo agora é pesquisar e levantar informações sobre toda a cadeia do agronegócio no Brasil, desde a produção até o escoamento e exportação. Queremos saber qual é a necessidade do país para receber investimentos estrangeiros e também precisamos estudar em que setores podemos investir por aqui – afirma o chefe da Divisão de Negociações Comerciais Internacionais do Ministério da Agricultura do Japão, Masamitsu Nakaizumi.
Em reunião em Cuiabá (MT), os orientais disseram estar dispostos a ampliar e diversificar a lista de produtos importados para garantir o abastecimento de alimentos à população. No ano passado, as vendas de soja para o país asiático garantiram ao Brasil um faturamento de US$ 253,8 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Já as vendas de milho, somaram US$ 127,28 milhões. Na avaliação do diretor executivo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, o maior conhecimento sobre o Brasil pode encurtar o caminho entre a produção do país e o consumidor japonês.
– Eles vieram mais uma vez para tentar entender toda esta transformação, esta revolução agrícola em Mato Grosso, focados no abastecimento de grãos para o Japão. Eles são grandes consumidores, importam de vários países e, com crescimento da renda da população, o Brasil pode se tornar um grande exportador para eles – aponta.
Além de sinalizar a possibilidade de novas parcerias comerciais no futuro, a visita dos japoneses também alimenta a perspectiva de investimentos no campo da logística, reconhecidamente um dos principais gargalos para quem produz na região central do Brasil. A comitiva quer analisar os problemas existentes e avaliar as oportunidades de negócios neste segmento. A diversificação dos modais de transporte pode ser o alvo dos orientais.
– A rodovia realmente é fator muito importante para a logística, porém eu ainda conheço muito pouco para julgar a atual situação das condições das estradas brasileiras. Porém, posso afirmar que a base de uma boa logística é levar grandes volumes a baixos custos. Outras modalidades permitem isso. E ainda há espaço para estudar a implantação de algumas alternativas, como hidrovias ou ferrovias – diz Nakaizumi.