Rio Grande do Sul pode ter a melhor safra de grãos da história neste ano

Impulsionado pela soja, Estado deve colher 24,18 milhões de toneladas de grãos este anoO Rio Grande do Sul pode ter a melhor safra de grãos de sua história neste ano. Segundo previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgada nessa terça, dia 9, 24,18 milhões de toneladas de grãos serão colhidas na safra 2009/2010 no Estado. A preços de hoje, isso significaria uma injeção de aproximadamente R$ 11 bilhões na economia gaúcha ? como as cotações dos grãos estão menores neste ano, o valor ficaria abaixo dos R$ 12 bilhões gerados pela safra passada.

As mesmas chuvas que desabrigaram milhares no Estado e farão as lavouras de arroz produzirem 13,3% a menos são as responsáveis pelo recorde. Culturas como o milho e a soja, entre as mais plantadas no Rio Grande do Sul, devem ter uma produção 24% maior nesta safra.

? Em outros anos, houve aumento na tecnologia usada na lavoura ou aumento de recursos. Este ano, o grande diferencial foi a chuva no momento certo ? afirma o gestor da unidade de grãos da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), Marcelo Pinto de Faria.

No caso da soja, a cultura que puxa o recorde, o preço favorável na época do planejamento do plantio, em meados do ano passado, fez com que os produtores definissem o uso de uma área 4,2% maior no Estado. Com a ajuda do clima, a produtividade na soja deve ter aumento de 18%. Além disso, diz Faria, há uma tendência mundial de crescimento na produção de grãos, o que ajuda a explicar a queda nos preços.

Segundo o consultor técnico da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS), Tarcísio Minetto, os custos ao produtor de soja estão em R$ 32,47, enquanto o preço da saca está entre R$ 34 e R$ 35: ou seja, as margens estão apertadas.

? O produtor de milho vem recebendo menos do que os custos ? diz Rui Polidoro, presidente da entidade.

Ainda que o recorde possa não se confirmar, já que os dados são projeções, as possibilidades são pequenas. Segundo o gerente de desenvolvimento de suporte estratégico da Conab, Ernesto Irgang, a maior incógnita é o arroz. Como quase 30% do plantio foi protelado em razão das enchentes, é preciso torcer para que o clima não atrapalhe as lavouras mais atrasadas.

? O milho não deve ter mais problemas, e a soja tem uma pequena possibilidade de recuo caso haja chuvas excessivas em abril e maio, o que reduziria a qualidade do grão e a produtividade ? avalia Irgang.