Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Milho

Aumento da safra não se reflete na rentabilidade do produtor, avalia Aprosoja-MT

Incremento de 9,2% na produção do estado é resultado de maior safra de milho, cujo lucro não será embolsado por causa de novo tributo

colheita do milho, grãos
A guerra comercial entre China e Estados Unidos também não anima o produtor mato-grossense de grãos. Foto: Governo do Acre

O aumento da produção de grãos na safra 2018/2019, em particular de milho, não deve melhorar os resultados de rentabilidade do agricultor de Mato Grosso, por causa da nova tributação para o cereal a partir deste ano, com a cobrança do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) Milho.

A avaliação é da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Mato Grosso teve um incremento de 9,2% na produção de grãos entre a safra 2018/2019 e a anterior, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na terça-feira, 10, puxado principalmente pelo aumento de 18,6% na produção da segunda safra de milho (31 milhões de toneladas).

O vice-presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, informa no comunicado que o aumento de volume de grãos produzido no estado está relacionado à segunda safra de milho, “pois tivemos um ano abençoado, com chuvas, plantada dentro da janela (período ideal de cultivo). No entanto, o que poderia ser revertido em renda para o produtor, para estancar um pouco o que se teve com a colheita menor de soja, foi uma fatia que o governo acabou tirando sem o consenso dos produtores, com o Fethab Milho”, comenta.

O Fethab Milho, tributo que passou a ser cobrado em Mato Grosso em 2019, com o desconto de R$ 0,50 por saca, foi alvo de protestos e de movimentos promovidos pela Aprosoja-MT. “A cultura principal no estado é a soja, que faz a diferença no orçamento do produtor. O milho vem muitas vezes para compor o parque de máquinas e, neste ano, a gente teve incremento na produção de milho por conta do clima”, explica Fernando Cadore.

A produção de soja de Mato Grosso teve um incremento de 0,5% (para 32,45 milhões de toneladas) entre a safra 2017/2018 e 2018/2019, conforme a Conab. A perspectiva da oleaginosa para a próxima safra, como avaliou o líder da entidade, não é de crescimento. Ao contrário, conforme ele, haverá uma parada no histórico crescente de produção. “A gente deve ter o menor crescimento histórico dos últimos anos por conta do custo, que pulou de R$ 3,6 mil para quase R$ 4 mil por hectare. Isso vai frear o crescimento”, calculou, lembrando que o valor é baseado no aumento cambial, que tem impacto de praticamente 70% no custo de produção.

A guerra comercial entre China e Estados Unidos também não anima o produtor mato-grossense de grãos, por causa da baixa dos preços, mesmo diante de um cenário de menor safra norte-americana, em virtude dos problemas climáticos enfrentados no país. “Deveria melhorar o cenário, mas justamente por causa da questão da guerra entre China e Estados Unidos, os preços têm ficado estacionados, pois quem dita o preço é a Bolsa de Chicago e ele está sendo balizado na guerra comercial. Hoje, pelos níveis de demanda e oferta mundial, pelas previsões, teríamos de estar com Chicago acima de US$ 9 o bushel e a gente sabe que estamos abaixo de US$ 8,30”, comenta Cadore, lembrando ainda que os prêmios estão sendo necessários para ajustes de preço no Brasil, porém, sem alcançar o esperado.

Sair da versão mobile