Em Chapecó, existem 500 pés de 62 variedades, numa área experimental da Epagri. Nove dessas variedades foram aprovadas para cultivo no Estado, explica Dorli Da Croce, coordenador do projeto Oliveira de SC e pesquisador da instituição. Segundo ele, o experimento já comprovou que o Estado tem clima favorável para a cultura.
Para começar a exploração comercial da azeitona para conserva e fabricação de azeite falta, agora, montar uma estrutura para a produção e distribuição de mudas. Além disso, será necessário preparar um projeto de extensão e viabilizar a instalação de indústrias de extração do azeite de oliva.
A Epagri começou a produzir óleo em 2008, com uma máquina importada da Itália. O produto obtido está dentro dos padrões do Conselho Oleícola Internacional.
A vantagem de processar as azeitonas é que, enquanto o produtor recebe R$ 2,50 pelo quilo da fruta, o litro de azeite extravirgem (até 0,8% de acidez) é vendido de R$ 40 a R$ 50 ? para cada litro de óleo são necessários 5,5 quilos de azeitona.
No espaço de um hectare (10 mil metro quadrados), é possível faturar R$ 25 mil com azeitonas em natura, ou até R$ 90 mil com a produção de azeite. Numa lavoura de soja, por exemplo, o retorno máximo para esta área seria de R$ 3 mil.
Um ponto negativo é o custo alto de implantação das oliveiras, que chega a R$ 6 mil por hectare.
Mas Da Croce, da Epagri, argumenta que o retorno justifica este investimento, e por isso existem muitos produtores interessados na cultura. O pesquisador estima que, no prazo de quatro ou cinco anos, existirão vários “jardins de oliveiras” em produção comercial no Estado.
Mercado não falta. O Brasil compra 100% dos produtos derivados da oliveira que consome no exterior, movimentando US$ 250 milhões por ano em importações neste segmento ? US$ 150 milhões em azeitonas e o resto com azeite.
Produzir em SC pode significar preços até 60% menores nas prateleiras dos supermercados, avalia Da Croce, da Epagri.