? Vamos discutir as alternativas para evitar mais prejuízos aos produtores rurais ? antecipa o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo.
O excesso de arroz no mercado brasileiro está achatando os preços pagos aos rizicultores. Ainda há estoques elevados nos armazéns do governo e do setor privado e a colheita da nova safra de arroz inicia no fim deste mês. O preço da saca caiu 8% somente neste ano. O mercado do arroz torna-se complicado e restrito, pois são poucas as opções de transformação do arroz em outros produtos, o que limita sua industrialização.
A importação de um milhão de toneladas de arroz dos países do Mercosul estaria agravando esse quadro de superoferta. Como reflexo dessa situação, o mercado está pagando de R$ 20,00 a R$ 23,00 a saca de arroz, valor abaixo do preço mínimo fixado pelo governo, de R$ 25,80.
O Brasil cultiva 2,9 milhões de hectares e produz 12,6 milhões de toneladas de grãos, sendo que os dois maiores produtores são Rio Grande do Sul, que responde por 60,9% e, Santa Catarina, por 8,4% da produção nacional. Devido à proximidade geográfica e a afinidade econômica, os dois estados atuam de forma coordenada na questão do arroz, e representam 70% da oferta nacional.
A Faesc adotou uma linha de reação junto aos parlamentares federais e aos ministérios da Fazenda e da Agricultura: quer a retomada dos contratos de opção ou reajuste do preço mínimo do arroz próximo aos R$ 30,00 a saca de 50 kg.
O arroz é a principal fonte de renda de 8.000 produtores catarinenses, gerando mais de 50.000 empregos diretos e indiretos. O Estado cultiva 150,5 mil hectares e produz 1,039 milhão de toneladas/ano em 60 municípios do Sul, Vale do Itajaí e norte catarinense.