O clima seco no Centro-Sul do Brasil aumenta a possibilidade de redução do potencial produtivo nas lavouras de milho safrinha, especialmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul, disse nesta sexta, dia 27, a AgRural. Esses estados vêm recebendo menos chuva desde o início de abril. O potencial produtivo é o rendimento máximo que as sementes podem proporcionar.
No oeste do Paraná, esse resultado já está comprometido, conforme a consultoria. Cerca de 70% da safra está em fase de polinização, mais suscetível a perdas provocadas por falta de precipitações. “Ainda não é possível, entretanto, mensurar o impacto da estiagem na produtividade”, disse a AgRural. No norte do estado, a situação não preocupa tanto porque o plantio é mais tardio na região.
Em Mato Grosso do Sul, a região sul – especialmente as áreas de solo arenoso que retêm pouca umidade – corre mais risco de redução do rendimento, por ter recebido poucas chuvas em abril.
O clima seco também desperta atenção, em especial no sul do estado de São Paulo, pela falta de precipitações ao longo deste mês. O norte segue sob alerta porque os mapas climáticos não indicam chuvas para as próximas duas semanas.
A falta de umidade deve continuar em Minas Gerais e Goiás, mas neste último caso o volume de água no solo “ainda é bom”, conforme a consultoria. “Precisa chover em maio para não haver perdas de produtividade.”
Mato Grosso
Nas regiões norte e oeste do estado, parte das lavouras de safrinha terá “boas produtividades”, diz a AgRural, por ter sido semeada mais cedo e recebido umidade em níveis adequados em março e abril. Para o fim deste mês e o início do próximo, contudo, a previsão é de pouca chuva nessas áreas, o que pode prejudicar as lavouras plantadas mais tarde.
Os baixos volumes indicados por agências de meteorologia despertam preocupação quanto ao potencial das lavouras do leste e do sul mato-grossenses, que têm calendário mais tardio.
A AgRural estima a produção brasileira de milho segunda safra 2018 em 63,6 milhões de toneladas, com base em uma área plantada 4,3% menor que a de 2017 e na produtividade média da série histórica.
Em maio, a consultoria revisará sua estimativa de produção usando, a partir de então, projeções de produtividade por estado, que levarão em conta as condições climáticas verificadas até abril.