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Soja e derivados ajudam a desacelerar inflação no atacado, diz FGV

Previsão é que os preços da soja e dos seus derivados continuem desacelerando, o que terá reflexo nos índices de preços ao longo do mêsMais da metade, ou 52% da contribuição para a desaceleração da inflação no atacado, em outubro, partiu da soja, demonstra o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10), divulgado nesta quarta, dia 17, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Se considerado o grupo de produtos derivados da soja e a matéria-prima bruta, a contribuição para a desaceleração no atacado chega a 68%. O complexo de produtos da soja inclui farelo, óleo bruto e óleo refinado.

A previsão do economista Salomão Quadros, da FGV, é que os preços da soja e dos seus derivados continuem desacelerando, o que terá reflexo nos índices de preços ao longo do mês. Com isso, a inflação geral para os demais indicadores calculados pela FGV – IGP-M e IGP-DI – é projetada para o mesmo patamar do IGP-10, de 0,40%.

– Pode ser um pouco abaixo ou acima. Mas, certamente, será neste patamar – disse Quadros.

O IGP-10 de outubro captou que a variação do grão de soja no atacado foi de -2,52%, ante +5,46% em setembro. A variação de preços do farelo passou de +3,78% para -3,68%; a do óleo de soja bruto, de +0,55% para -3,62%; e a do óleo refinado de soja, de +4,29% para +3,38%. Os dois primeiros produtos têm impacto na taxa dos materiais e componentes para manufatura (de 0,89% para 0,55%), incluídos no grupo de bens intermediários. E o óleo de soja refinado está incluído nos bens finais (de 0,86% para 0,60%).

Já o milho respondeu por 29% da variação do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) de outubro, com variação de -4,93%. Mas a desaceleração do indicador do atacado contou também com outras pequenas contribuições, destacou Quadros. São exemplos os preços das aves (de 11,92% para 3,52%) e dos suínos (de 21,49% para -1,01%).

– As aves e os suínos já haviam subido muito e agora estão devolvendo as altas.

Na categoria de bens finais, a contribuição para a desaceleração da inflação no atacado partiu, principalmente, do grupo Alimentação (de 2,00% para 1,42%), em decorrência da variação de preços do tomate (-6,89% para -33,54%). Entre os alimentos processados, contudo, não houve perda de ritmo. Neste caso, a inflação avançou de 2,35% para 2,73%, influenciada pela carne bovina (de 1,50% para 7,48%).

– Acho que a variação de preço da carne vai perder força ao longo de outubro. Em algum IGP deste mês, a taxa será menor. Ela subiu muito rápido e a tendência é que comece a acomodar agora – afirmou Quadros.

Entre as contribuições para a desaceleração do IPA, o economista mencionou ainda o resultado dos bens de investimento (de 0,43% para 0,01%), dentro da categoria de bens finais. O resultado é explicado, especialmente, pelo comportamento dos preços dos caminhões (de 0,88% para -3,02%).

– Reflete ainda uma situação difícil que o setor de caminhões encontrou neste ano – disse.

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