Os produtores paulistas estão preocupados com o avanço da doença. De 2008 para este ano, a quantidade de plantas infectadas no Estado aumentou 30%. Enquanto isso, órgãos de pesquisas seguem investindo na busca de uma variedade resistente ao greening.
No laboratório, o trabalho não para. São diversas linhas de pesquisa para encontrar soluções para o principal problema da citricultura: o greening. Obter uma planta resistente, estudar o comportamento da bactéria que causa a doença e procurar uma forma mais eficaz de detectá-la. Estudos como estes já permitiram se chegar a um conjunto de medidas que possibilitam conviver com o greening no pomar. O diretor do Centro Apta Citros, de Cordeirópolis (SP), diz que a pesquisa já avançou muito, mas reconhece que seria preciso investir mais.
Mas enquanto a pesquisa avança, os citricultores seguem derrubando cada vez mais árvores. Só no pomar do citricultor Renato Carlini, há três anos tinha apenas dois pés infectados. De lá pra cá, 250 já tiveram que ser erradicados. Os produtores sabem que a solução para o greening está mesmo na pesquisa, mas alegam que daqui a pouco não vão mais ter tempo para esperar.
Carlini contabiliza os prejuízos. Segundo ele, a cada pé arrancado, são pelo menos R$ 180 de perdas apenas em produção.
Controlar o greening custa caro. Segundo o Fundecitrus, em 2008, citricultores paulistas gastaram US$ 120 milhões: somando perdas, gastos com inseticidas e inspeções. O pesquisador José Belasque estima que ainda falta arrancar mais quatro milhões de pés de laranja no Estado.
Até a próxima semana, os produtores devem entregar o relatório da inspeção semestral para verificar o avanço da doença. A multa para quem não entrega a documentação varia de R$ 1,5 mil a R$ 79 mil.
? Se continuar assim, a citricultura pode acabar para os médios e pequenos produtores ? conclui Carlini.