A previsão do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado de chuva abaixo da média em janeiro e fevereiro faz com que a atenção na fase de crescimento das plantas tenha de ser redobrada. Cuidados como o manejo do solo e o controle de pragas e ervas daninhas são necessários. Confira abaixo o cenário projetado para cada cultura:
Soja
Com área estimada pela Emater/RS em 4,4 milhões de hectares, a soja é a grande aposta do verão. Mas a falta de chuva em novembro atrasou o plantio – o solo não apresentava condições de umidade suficiente.
– O retorno da chuva permitiu a retomada. E neste ano o produtor tem feito investimentos em tecnologia, porque muitos fizeram venda antecipada e precisam ser eficientes – afirma Alencar Rugeri, agrônomo da Emater/RS.
Encerrado o plantio, é preciso acompanhar as lavouras para evitar perdas com pragas.
– Com o encurtamento do ciclo da soja, a fase decisiva passou para a segunda quinzena de janeiro e primeira de fevereiro. Se o tempo for seco, teremos problemas futuros na cultura – adverte Rugeri.
Milho
Mesmo com problemas na arrancada, técnicos projetam um bom desenvolvimento do milho. O atraso na semeadura ocorreu devido ao tempo seco em agosto. No fim de setembro, a cultura sofreu com o frio e geada. O tempo seco em novembro também deixou os produtores em alerta, mas a volta da chuva trouxe ânimo.
– Dezembro e a primeira quinzena de janeiro são decisivos. O clima até agora tem dado conta, mas precisamos de pelo menos mais dois eventos de chuva até o final do mês para aliviar os produtores – avalia o gerente técnico da Emater/RS, Dulphe Pinheiro Machado Neto.
Quem já está com as lavouras plantadas deve manter a umidade do solo e fazer a adubação com fertilizantes à base de nitrogênio para garantir o vigor da planta.
Arroz
Terminado o plantio, a avaliação é de um resultado melhor do que o esperado no início da semeadura. Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área plantada de arroz chegou a 1,063 milhão de hectares.
– A recuperação de rios para abastecer as lavouras depois da chuva de setembro e de outubro ajudou a estimular o produtor a investir na cultura – explica o coordenador do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do Irga, Eraldo Jobim.
A partir de agora, a recomendação é controle fitossanitário e das lâminas d’água, para evitar perdas por falta de umidade ou por pragas. Se o tempo ajudar, a colheita deve ser semelhante à do ciclo anterior – 7,74 milhões de toneladas – podendo ser maior.
>>Veja a matéria original na versão digital da ZH impressa (conteúdo exclusivo para assinantes).