? Depois dessa vistoria, será feita outra avaliação, desta vez por um auditor internacional, que vai certificar as propriedades. A certificação, neste caso, atesta que a propriedade está em conformidade com as exigências do mercado mundial ? informa o assessor de Café da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, Wilson Lasmar.
O assessor afirma ainda que se trata de um instrumento importante em vários aspectos, sobretudo para Minas Gerais, porque interessa garantir a sustentabilidade do setor, que responde por cerca de 50% da safra nacional de café.
Ele explica ainda que, em 2008, o Estado terá uma produção estimada de 22 milhões de sacas, com aumento de 47,9% em relação ao ano anterior.
? Temos 1,1 milhão de hectares de lavouras de café, que depois do minério de ferro é o produto de maior peso da balança comercial mineira ? informa.
De acordo com Lasmar, um grande número de fazendas de café participa do programa de certificação de propriedades coordenado pela Secretaria da Agricultura com a gestão do IMA. Ele garante que “diversas propriedades se encontram em avançado estágio de ajuste às exigências e se preparam para serem auditadas pelo instituto”.
Baixo custo
A assistência técnica e as orientações para adequação das propriedades é feita, gratuitamente, pela Emater, empresa vinculada à Secretaria de Agricultura. Em seguida, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) faz uma auditoria nas propriedades aptas à certificação. Concluindo o processo, a certificadora internacional Imo Control fará a auditoria final e concederá a certificação às propriedades candidatas ao selo.
A visita de um auditor internacional a uma propriedade cadastrada no programa estadual de certificação custa, em média, US$ 150. O valor varia de acordo com o tamanho da propriedade certificada. O custo total da certificação está bem abaixo do que é cobrado se o processo fosse inteiramente feito por uma certificadora internacional.
Para o coordenador técnico estadual de Café da Emater, Julian Silva Carvalho, uma prova do sucesso dos trabalhos realizados pelas instituições nessa fase de ajustes das propriedades é o aumento do número de produtores interessados.
? Esses cafeicultores, informados sobre a importância da certificação de suas propriedades, procuram por conta própria os escritórios da Emater ? assinala.
Na fase de adequação, o cafeicultor recebe orientação e executa trabalhos para que a propriedade atenda à legislação trabalhista, ambiental e de boas práticas de produção, que possibilitem a conquista de novos espaços no mercado mundial pelo café de Minas.
Quando inicia o processo de certificação, o agricultor recebe o Caderno de Anotações, no qual registra todas as atividades ligadas à produção, desde os insumos usados, o processo de colheita e pós-colheita e investimentos feitos. A adequação da propriedade segue um cronograma negociado com o agricultor.
As normas definem adequações e exigências que vão garantir que o produto não oferece perigo à saúde do consumidor, pois está livre de contaminação física, química e biológica. Outra vantagem é a rastreabilidade, que permite ao consumidor ter informações sobre o café desde o plantio até a xícara.
O trabalho de ajuste foi iniciado em 2006 e a meta, segundo Julian Carvalho, é promover a certificação de 1,5 mil propriedades até 2011, entre elas as dos pequenos produtores de café.
Atividade forte
O café tem a maior receita nas exportações do agronegócio mineiro: cerca de US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre de 2008, ou 8% mais que o valor do primeiro semestre do ano passado. Segundo Wilson Lasmar, “a certificação procura fortalecer a atividade dentro do conjunto de ações do governo para incrementar os setores do agronegócio, agregando qualidade e fatores de segurança alimentar, rastreabilidade, responsabilidade social e ambiental”.