? Os dados publicados ontem [segunda, dia 29] induzem as pessoas, especialmente a imprensa, a concluir que os assentamentos de reforma agrária são os principais causadores de desmatamento. Mas eles não são ? defendeu Cassel.
O ministro destacou que os assentamentos foram criados antes do atual governo e que, por isso, cumprem a antiga regra de manter 50% de reserva legal nas propriedades. Ele afirmou também que algumas fotos foram tiradas antes das áreas serem destinadas ao Incra. Frente às críticas, Minc exigiu que o Ibama refizesse as análises e apresente a conclusão em 20 dias. E ainda admitiu que não leu a lista antes do anúncio.
? Eu confio nos órgãos para o bem ou para o mal, mas não fui eu que elaborei a lista. Eu não sou fiscal, não sou do Ibama, não estive nos terrenos e não fotografei. Tinha uma lista dos 100 desmatadores, a minha ordem foi uma só: divulgue-se ? justificou Minc.
Para combater o desmatamento nas áreas de assentamento rural, o governo anunciou medidas de apoio ao manejo florestal sustentável, entre elas a ampliação dos benefícios do programa nacional da reforma agrária para as populações de reservas extrativistas da Amazônia. A notícia animou os seringueiros da região. A medida deve conceder crédito, habitação e assistência técnica aos trabalhadores.
? Com essas medidas tomadas e assinadas pelo presidente Lula, isso passa a ser política pública. Com certeza vai melhorar muito a nossa situação na Amazônia ? afirma Dionísio de Aquino, da Cooperativa de Extrativistas Comunitários do Acre.
O governo ainda assinou os primeiros contratos de concessão para manejo sustentável na floresta nacional de Jamari, em Rondônia, e firmou um acordo de cooperação com a Caixa Econômica Federal. A partir de 2009, a instituição passará a utilizar apenas madeira legal nos projetos habitacionais. Só este ano, a Caixa já construiu mais de 350 mil unidades.