Neste sábado e domingo, dias 23 e 24, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participa da reunião do Basic, em Nova Délhi, na Índia, que vai retomar as discussões sobre o clima. A intenção é criar uma proposta consistente que possa nortear as negociações mundiais que serão promovidas ao longo do ano, como em junho, na Alemanha, e a COP-16, em dezembro, no México.
Na reunião, o Brasil vai propor a criação de um fundo do Basic de ajuda às nações pobres para financiar ações de adaptação e mitigação às mudanças climáticas, com valores a serem definidos. Segundo Minc, a China demonstrou interesse no fundo, em conversa durante a COP-15.
Para o ministro Carlos Minc, a ação do Basic será “um tapa na cara com luva de pelica” nos países ricos, que, segundo Minc, ofereceram um valor miserável para ajudar aos países pobres em projetos de adaptação durante a COP-15. Ele acredita que grupos como o Basic e União Europeia precisam unificar suas posição e acelerar as negociações para que não aconteça um novo fracasso, a exemplo da COP-15.
Para Minc, o egoísmo foi a causa para o fracasso da COP-15. Para solucionar isso, ele defende a “Solidariedade Ecológica Planetária” para ajudar os países pobres em projetos de mitigação e adaptação.
? Os recursos que a gente vai colocar vai ser de uma ordem que vai chamar a atenção para como eles se estão furtando da sua responsabilidade ? disse Minc.
Os países ricos assumiram o compromisso de doar US$ 30 bilhões em três anos, podendo chagar a US$ 100 bilhões até 2020.
O Basic também vai discutir, em Nova Délhi, a transferência de tecnologia. Minc defende que junto da tecnologia, seja dada assistência técnica para o uso adequado da ferramenta.
? Os países como Austrália, Canadá, e os Estados Unidos imediatamente devem fornecer a países como China e Índia a tecnologia de armazenar carbono debaixo da terra ? ressaltou.
O Brasil fornece tecnologias de monitoramento para o controle do desmatamento em dez países africanos, a fim de ajudá-los a criar políticas para enfrentar a destruição da floresta, bem como conseguir recurso do REDD, que é a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação.
O Brasil deve destinar 20% do recurso do Fundo Amazônia em ações para proteção da floresta também em nações da América Latina que tenham o bioma. O Fundo já tem US$ 1 bilhão da Noruega, até 2015, e poderá receber, em três anos, cerca de R$ 200 milhões da Alemanha, que já doou 18 milhões de euros. Segundo Minc, o Fundo poderá receber mais três doações, nos próximos meses.