– Nós produtores pagamos o preço, sendo os maiores geradores de emprego na área do agronegócio: 8,4 milhões de empregos. E quando reivindicamos alguma coisa justa, proposta pelo próprio governo, não conseguimos avançar – afirma o presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro.
O Ministério da Agricultura afirma que o reajuste sairá no final de abril, acompanhado de outras medidas, que ajudem no escoamento da produção.
– O que pode acontecer, depois do preço mínimo que vale para próxima safra e não para essa que está depositada hoje, é que o governo vai poder adotar medidas de auxílio ao produtor, inclusive com subsídios. Isso ainda depende de orçamento, que inclusive, não está publicado. Não adiantaria nada hoje você ter um preço mínimo para adotar uma política se você não tem orçamento ainda publicado – justifica o diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Edilson Alcântara.
Os cafeicultores alegam que o adiamento da revisão do preço mínimo pode prejudicar mais ainda o setor, que pede desde o ano passado uma elevação de R$ 261 para R$ 340 pela saca do café arábica, e de R$ 156 para R$ 180, no caso do conilon.
Para o economista Pedro Henrique Zuchi, adiar o reajuste vai permitir que as medidas sejam melhor planejadas.
– É uma política que tem que ser pensada, a locação de recursos do Estado tem sempre que ser bem organizada, ou seja, recursos são escassos e vários setores passam por problemas. É importante, mas nós vamos ter que verificar como os produtores conseguem com a renda extra ainda trabalhar.