De acordo com Vaz, o milho é uma cultura que tem uma volatilidade maior do que a soja e, portanto, acaba sofrendo mais com problemas como a estiagem, mudança cambial e taxas de juros, entre outros fatores.
– Acho que o governo pode auxiliar o setor privado por meio de contratos de longo prazo e encontrar formas de premiar o produtor que apostar na cultura – analisou.
Baseados em um estudo que integra o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Milho no Brasil, o qual fará um levantamento da situação atual das lavouras em 563 microrregiões do país, os integrantes da Abramilho planejam definir ações para recuperar o atraso da cultura em relação à soja e estimular o plantio do grão tendo como modelo o que ocorre nos Estados Unidos, que colhe quatro toneladas do cereal para cada tonelada da oleaginosa. Além do Mapa, a iniciativa também envolverá a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme Rocha, o governo reconhece a importância que o milho tem para o desenvolvimento agrícola do Brasil. O secretário destaca que as decisões devem ser tomadas em conjunto com a cadeia produtiva para ampliar o cultivo em áreas que, atualmente, são importadoras e reduzir os custos do transporte para Estados de menor produção.
Segundo o presidente-executivo da Abramilho e ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, os principais gargalos que comprometem a cadeia são o crédito de comercialização insuficiente, falta de um seguro para o setor privado e de preço de garantia. O restante, na opinião dele, é “logística”.
– Temos que verificar a posição que o Brasil já detém e o que é necessário para que o país se torne um grande ator no mercado internacional – destacou Paolinelli.