Ministério da Agricultura debate obrigatoriedade de seguro rural para áreas de risco climático

De acordo com a Federação Nacional das Seguradoras, apenas 10% das propriedades brasileiras estão cobertas contra prejuízos causados por fenômenos naturaisA obrigatoriedade do seguro rural para propriedades localizadas em áreas de risco climático foi discutida nesta quarta, dia 18, na Câmara Temática do Ministério da Agricultura. A resolução do Conselho Monetário Nacional começa a valer no dia 1º de julho de 2014. De acordo com a Federação Nacional das Seguradoras, apenas 10% das propriedades brasileiras estão cobertas contra prejuízos causados por fenômenos naturais.

A resolução torna obrigatório o seguro rural para o crédito de custeio com financiamentos subsidiados pelo governo federal em áreas que fazem parte do zoneamento agrícola de riscos climáticos. Desde que foi aunciado, em junho deste ano, o tema tem gerado polêmica entre as seguradoras.

– As seguradoras, no início, pensaram que era um tsunami, que era uma coisa muito grande, sem a possibilidade de atender. A medida em que se foi analisando com mais cuidado, verificou-se que não era mais coisa alguma. Talvez seja uma onda grande, daquelas de 20 metros, mas dá para surfar – disse o presidente da Câmara Temática de Seguros do Agronegócio do Mapa, José Américo Peón de Sá.

Para Sá, a resolução não tornará o processo de aquisição de crédito mais burocrático para o produtor.

– Primeiro, você deve ver se está enquadrado. Isso é simples, o próprio banco diz, e aí é simplesmente lançar o benefício para ele, o seguro Proagro, que já tem sido feito sem nenhum acréscimo de burocracia – acrescenta o presidente da câmara temática.

O seguro rural foi criado para proteger o agricultor contra eventos climáticos que provoquem perdas nas lavouras. O goveno federal concede subvenção do prêmio que varia de acordo com a classificação de risco da região. Hoje, as áreas prioritárias são Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e oeste da Bahia, onde os produtores recebem 60% de subvenção.

De acordo com o Mapa, R$ 400 milhões dos R$ 700 milhões anunciados no Plano Safra 2013/2014 para a subvenção do seguro rural devem ser repassados para as seguradoras até o final deste mês. Já a liberação do restante dos recursos depende da aprovação de um projeto de lei na Câmara dos Deputados.

– Estamos aguardando a autorização do Congresso em relação ao projeto de lei, de autoria da presidente Dilma Rousseff. Assim que diponibilizado, nós faremos o mesmo – afirma o diretor do Departamento de Gestão de Risco do Seguro Rural do Mapa, Vicente de Paulo Diniz.

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