Segundo nota divulgada pelo Ministério, uma inspeção feita pelos pesquisadores da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao órgão, não concluiu que seja uma praga de importância quarentenária para o Brasil, por não ter chegado em nível de espécie. O comunicado também aponta que o risco trazido pela presença dos insetos não excede o nível de proteção aceitável pelo Sistema de Defesa Vegetal brasileiro, e que a carga será liberada para uso pela empresa Nestlé após ser comprovada a eliminação de qualquer vestígio da presença da praga.
O Ministério determinou tratamento imediato do carregamento para evitar qualquer risco fitossanitário para a cultura cacaueira no Brasil. Conforme a nota, será feita a aplicação no produto de fosfeto de alumínio e, após isso, serão colhidas amostras do cacau para nova avaliação.
A constatação da presença dos insetos nas amêndoas causou apreensão no sul da Bahia, principal região produtora de cacau no Brasil. O temor era que a praga representasse uma nova ameaça à lavoura cacaueira, que ainda se recupera da devastação causada pelo fungo conhecido como vassoura-de-bruxa, há duas décadas. Os produtores da região cobram fiscalização mais rigorosa dos importadores no ponto de origem da matéria-prima. Este ano, já desembarcaram, no Porto de Ilhéus, cerca de 40 mil toneladas do produto, provenientes do exterior.
Também por meio de nota, a Nestlé afirma que os carregamentos de cacau em amêndoa importados pela empresa passam por todos os trâmites legais e necessários à importação, tais como tratamento fitossanitário e inspeção antes do embarque ao Brasil, e que o lote no qual foi detectada a presença de insetos tem total conformidade com os padrões normativos.