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– Com o passar dos anos, com as pesquisas, as empresas foram desenvolvendo produtos cada vez menos tóxicos e isso foi criando o cenário que temos hoje. Estamos em busca de sustentabilidade e aos poucos estamos substituindo os produtos mais tóxicos pelos menos tóxicos, 5% dos agrotóxicos registrados no Brasil são biológicos. Nossa meta é chegar a 10% até 2015 – disse o coordenador de Agrotóxicos e Afins do Mapa, Luis Eduardo Rangel.
Segundo Rangel, um novo defensivo biológico foi apresentado aos órgãos responsáveis pelo registro de agrotóxicos no país, visando o controle de nematoides de galhas, na cultura da soja. O Mapa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão em processo final de avaliação do nematicida Nemat (Paecilomyces lilacinus 300g/kg).
– Os três órgãos estão interessados na aprovação do defensivo, principalmente por ser menos prejudicial ao meio ambiente. Assim que registrado, poderá ser disponibilizado para os produtores – salientou o coordenador.
Os nematoides são responsáveis por severas perdas na produção de soja uma das culturas de maior importância econômica no Brasil. Eles estão presentes no solo e, para se alimentar, injetam substâncias tóxicas nos tecidos da planta, impedindo o seu crescimento. Luis Rangel explica que os químicos não têm sido eficientes o bastante para conter a praga.
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– Essa praga é um pesadelo para o agricultor, porque as áreas com a presença de nematoides normalmente são condenadas. O nematicida em avaliação é a grande esperança, pois os produtores clamam por isso há muito tempo – disse.
O registro de produtos biológicos é uma das prioridades do governo federal, de acordo com Rangel e, por este motivo, o Mapa tem trabalhado para reduzir o prazo para avaliação dos pedidos de certificação.
– Se o produto for eficaz e menos tóxico, o agricultor passará a adotá-lo. Até porque além de diminuir os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, os defensivos biológicos são mais baratos, o que diminui o custo da produção – ressaltou.