A medida do Ministério tem caráter emergencial e temporário para garantir segurança no trânsito de vegetais e suas partes, até que informações mais atualizadas da pesquisa permitam o estabelecimento de um sistema confiável de certificação de produtos. Segundo o chefe do Serviço de Campanhas e Programas Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Elyson Santos Amaral, trata-se de uma praga quarentenária que provavelmente entrou pela Venezuela ou Guiana Inglesa, países onde estava presente há mais tempo
? Ela tem uma importância social e econômica muito grande, pois ataca centenas de gêneros diferentes de plantas e não é específica ? alerta.
A norma publicada também prevê que os frutos de abacate, amora, banana, cacau, café, caqui, mamão, maracujá, pimentas e pimentões, quiabo, uva, bem como qualquer fruto das plantas do gênero Spondias spp. (cajá, umbú, ciriguela, etc) ou plantas da família das anonáceas (graviola, fruta-do-conde, etc), das cucurbitáceas (abóbora, pepino, melancia, etc.) e das mirtáceas (pitanga, goiaba, jaboticaba, etc.) provenientes de Roraima somente poderão transitar para outros Estados após inspeção de partida efetuada por agente do Órgão Estadual de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima e emissão da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV).
As partidas de alface, beterraba, espigas de milho com palha, flores de corte e vagens de espécies da família das fabáceas (feijão, ervilha, etc) estão sujeitas às mesmas exigências. A PTV deverá confirmar que a carga foi inspecionada e não foi encontrada a presença da praga.
A cochonilha rosada (Maconellicoccus hirsutus) é uma praga extremamente nociva que ataca pelo menos 74 famílias e mais de 200 espécies de plantas, muitas delas de importância para o Brasil, incluindo cítricos, cacau, chili doce, pepino, mamão, batata-doce, figo, café, uva, legumes, ervas, hibisco e palmeiras ornamentais.
Ela suga a seiva e injeta substâncias tóxicas na planta, debilitando as culturas e comprometendo a produtividade dos vegetais. A cochonilha é facilmente disseminada pelo vento, pela chuva, por meio de pássaros, formigas, roupas e veículos. O trânsito de plantas e suas partes de espécies consideradas hospedeiras (incluindo frutos frescos e material de plantio) pelo país, ou mesmo de uma propriedade agrícola para outra, pode espalhar a cochonilha.