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Ministério da Agricultura promete ações para garantir suprimento de milho, diz ABPA

Associação de indústrias de aves e suíno se diz preocupada com ação de atravessadores e solicitou oferta de estoques da Conab. Suinocultores de Mato Grosso temem ficar sem o grão no estado

Fonte: Divulgação/Revista Plantar

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou nesta terça-feira, dia 19, que o ministro interino de Agricultura, André Nassar, prometeu realizar “ações incisivas” para garantir o abastecimento de milho aos setores de avicultura e suinocultura e também tentar conter a alta dos preços do insumo. O presidente da ABPA, Francisco Turra, se reuniu com Nassar hoje em Brasília.

“O que preocupa é a alta exagerada (de preço) baseada em especulação. Em um momento crítico para nossa economia, com recessão já anunciada, aumentar custos de produção é penalizar não apenas quem produz, mas também a população consumidora”, disse Turra em nota, após ter se reunido com Nassar, nesta terça. 

Segundo o executivo, a recente disparada de preços do cereal não se deve a problemas climáticos, mas sim à “ação de atravessadores”. Turra diz defender remuneração adequada ao produtor. “Bons preços no milho ao produtor significam também uma boa safra.” 

Conab

No encontro com o ministro interino, a ABPA solicitou a oferta de estoques de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mais cedo, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) havia informado que também pediu à Conab a realização de leilões de estoques de milho em Mato Grosso, onde criadores estão preocupados com uma possível restrição de abastecimento. 

Em nota, a Acrismat citou os “assustadores volumes que sairão do estado para outras regiões”. Para o presidente da entidade, Raulino Teixeira Machado, é imprescindível que um porcentual do grão fique à disposição dos produtores de Mato Grosso.

“A demanda necessária até o mês de maio é de aproximadamente um milhão de sacas (60 mil toneladas) para a suinocultura”, estimou Machado.

Segundo ele, a situação deve se estabilizar com a colheita da safrinha de milho, que acontece em meados de junho.

A Conab disse que já recebeu da superintendência regional da estatal em Mato Grosso um relatório sobre a situação dos estoques de milho no estado e que vai estudar a questão antes de responder aos setores de aves e suínos, que pedem a oferta do produto armazenado.

Em reunião com representantes da avicultura nesta terça, André Nassar disse que “não há motivo para preocupação” no que se refere a abastecimento de milho. O ministro interino citou o estoque de passagem da safra 2014/2015 para a de 2015/2016, estimado por ele em cerca de 10 milhões de toneladas, volume que, enfatizou, é suficiente para mais de dois meses de consumo. 

O ministro interino não mencionou o estoque público de 1,479 milhão de toneladas, que a Conab informa ter em seus armazéns espalhados pelo país.

Preços

As exportações brasileiras de milho devem seguir firmes até o fim de fevereiro, estimuladas pela desvalorização do real ante o dólar, afirma a Scot Consultoria. Com isso, a cotação doméstica do grão deve continuar em alta nos próximos meses. Levantamento da Scot aponta que a saca de 60 quilos para entrega imediata em Campinas (SP) acumulou alta de 20,8% na primeira quinzena de janeiro, a R$ 41, ou 54,8% acima do que era cotado em igual período de 2015.

Segundo a consultoria, na primeira semana de janeiro, o volume médio diário de milho exportado pelo Brasil foi 40,3% maior do que o embarcado em igual período do ano passado. 

“Para quem precisa de milho para consumo em curto e médio prazos (até março e abril), a recomendação é de compra”, diz o analista Rafael Ribeiro, no relatório. Ele avalia que o mercado futuro (BM&FBovespa) sinaliza queda dos preços em maio (R$ 41,50 a saca), mas, ainda assim, as cotações devem se manter em um patamar acima do apurado no mesmo período de 2015.

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