Nessa segunda, dia 24, em Bruxelas, na Bélgica, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o possível acordo de livre comércio entre os dois blocos, que é negociado há 15 anos, sem sucesso, está próximo de um acerto. Atualmente, 20% das exportações brasileiras vão para a União Europeia, que responde por 21% das importações do Brasil.
– Esperamos há muito tempo esse acordo. Temos a proposta pronta desde novembro. Acreditamos que muito em breve esse processo vai avançar, apresentaremos uma proposta e teremos facilidade de fechar acordo com os europeus – afirma o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcelo Junqueira.
Segundo o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, o grande concorrente do Brasil no agronegócio é os Estados Unidos, que está fechando um acordo com a União Europeia.
– Se esse acordo for em frente, o Brasil fica prejudicado. Porque a Europa, claramente, vai dar prioridade na compra de produtos dos Estados Unidos, em detrimento de produtos do Brasil. Para nós, é fundamental esse acordo como forma de neutralizar a ação dos Estados Unidos junto à União Europeia – relata Castro.
A nova Farm Bill norte-americana e o descumprimento do contencioso do algodão também foram abordados na reunião. Na semana passada, o Brasil decidiu não retaliar os Estados Unidos e abrir um novo painel de implementação. Os cotonicultores brasileiros deixaram de receber US$ 50 milhões desde que o governo daquele país suspendeu os pagamentos, em setembro de 2013.
– Eles ainda têm um passivo do painel anterior, que está sendo negociado pelo Itamaraty e a expectativa é que, muito em breve, encontrem uma solução adequada. Se não acontecer, iniciaremos uma nova ação, como já estamos em um painel de implementação em face da Farm Bill – disse o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcelo Junqueira.