O ministério da Agricultura (Mapa) realizou uma videoconferência nesta sexta-feira, 23, com as autoridades sanitárias da Rússia para debater o embargo feito às exportações de tabaco. A interdição foi anunciada na quinta-feira passada e começou a valer nesta segunda, 19. Autoridades sanitárias da Rússia justificaram a medida por terem identificado nas cargas a presença de uma mosca, que é considerada praga quarentenária na Rússia e em países-membros da união econômica eurasiática. O país importador já teria notificado o brasil neste ano e no ano passado e não teve respostas do governo.
De acordo com informações de um membro do ministério, na reunião, o Brasil se comprometeu a enviar um documento formal com as medidas a serem tomadas para evitar a presença da mosca megaselia scalaris nas cargas de tabaco remetidas para a Rússia.
No encontro, as autoridades sanitárias da Rússia afirmaram que foram enviadas cinco notificações sobre o problema em 2020 e outras seis em 2021, mas o governo brasileiro alega ter recebido apenas um aviso em outubro do ano passado. De toda forma, este documento foi respondido apenas neste mês de julho. nove meses após o recebimento.
Pela mosca não ser considerada praga no Brasil e não representar ameaça a plantas, humanos ou animais, no entendimento do Mapa, a solicitação foi incompreendida. Como a mosca estava presente nos containers de exportação e não nas folhas de tabaco, o ministério acredita se tratar de um conflito logístico.
O governo deve avaliar a situação junto às empresas exportadoras nos próximos dias para poder enviar o documento solicitado pela Rússia com as medidas de controle da situação.