Quando foi projetado, na década de 80, o Pronaf deveria cobrir toda a atividade econômica da pequena propriedade. Então ministro da Agricultura, Francisco Turra, lembra que, na época, os técnicos já alertavam para a necessidade do programa alavancar a rentabilidade do produtor. No entanto, na hora de negociar com os bancos, o excesso de regras engessou o que poderia ser a grande inovação. Na pressa, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o Pronaf dentro das normas de financiamentos do crédito agrícola.
Agora, o Ministério do Desenvolvimento Agrário trabalha em uma reforma que corrija esse rumo. Como o sistema já está estabilizado no atendimento de cerca de dois milhões de pequenos agricultores em todo o Brasil, o desafio agora é modernizar o programa para que, ao invés de financiar apenas a lavoura de milho, por exemplo, o agricultor possa contar com recursos para custear toda a atividade econômica da propriedade, que poderá incluir fruticultura, pecuária de leite e uma pequena agroindústria.
? Financiar a atividade da propriedade é o ideal, o caminho natural. Mas há um longo caminho a percorrer ? destaca Turra, atualmente presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (Abef).