Segundo Romano, o desenvolvimento da agricultura irrigada para auxiliar na convivência com a estiagem pressupõe alguns desafios. Um deles é desenvolver tecnologias adaptadas à realidade do semiárido para plantas menos exigentes em água. Também é necessário investir em técnicas de irrigação de baixo custo e de alta eficiência na aplicação da água.
Romano explica que, para garantir a irrigação no semiárido, a reservação da água das chuvas é fundamental (em média 600 milímetros ao ano, ou seja, 600 litros de água por cada metro quadrado por ano).
– A escassez natural da água nos chama atenção para o cuidado extremo com o momento nobre que ela é oferecida, em forma de chuva. Há que se guardar e conservar a água antes de tudo. Para isso, existem várias tecnologias como reservatórios de pequeno, médio e grande porte ou, ainda, as tecnologias sociais como a construção de cisternas, barraginhas, dentre outras – complementa.
Segundo o representante do governo, uma vez reservada à água, a irrigação vem como uma das melhores formas de utilizar esse recurso, pois além de garantir a segurança alimentar das famílias pode gerar renda com a venda dos excedentes.
– Em visita recente à Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), com dois anos sem chuva, observei pequenos oásis onde as famílias iniciaram pequena produção hortícola e também de forragem para seus rebanhos a partir de pequenos poços – ressalta.
Um dos métodos de irrigação mais eficientes é a técnica localizada por microaspersão ou gotejamento. Esse processo se caracteriza, principalmente, pela aplicação da água próximo às raízes das plantas, o que garante uma eficiência em torno de 95%.
O seminário faz parte da programação da Expoagro. O evento vai reunir formuladores de políticas agrícolas e agroindustriais, representantes de instituições públicas e privadas, além de produtores e demais agentes envolvidos com os temas do setor.