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Ministério Público deve recorrer da decisão que mantém liberado o herbicida 2,4-D

Justiça manteve liberação com argumento de que o produto foi confundido com o chamado agente "laranja"O Ministério Público Federal (MPF) pretende recorrer, na próxima semana, da decisão da Justiça que manteve liberado o Herbicida 2,4 D, até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) finalize a análise de risco do princípio ativo. O resultado da avaliação está previsto para o fim de junho.

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Ministério da Agricultura manda nota à Justiça defendendo produtos questionados pelo MP

O procurador-geral da República Anselmo Lopes sustenta que o 2,4-D foi usado como agente laranja pelos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Ele contesta a nota técnica que o Ministério da Agricultura enviou ao Ministério Público Federal, a qual apontava engano do MP em relação ao agente laranja, que seria o 2,4,5-T e não o 2,4-D. Lopes, no entanto, apresenta dezenas de artigos científicos internacionais indicando que o composto utilizado na guerra também incluía em sua composição o 2,4-D, na quantia de 50%.

Quando estavam perdendo a guerra, os Estados Unidos jogaram tonéis do composto nos campos para dessecar as folhas e poder localizar os vietcongs com mais facilidade. As gerações posteriores à guerra apresentaram mutações genéticas e muitas pessoas nasceram sem órgãos e partes do corpo. Lopes compara ao herbicida ao cigarro, um produto permitido que faz mal à saúde.

O coordenador do Laboratório de Genética Toxicológica da UNB, Cesar Koppe, atribiu os malefícios à utilização do produto em grande escala.

– As moléculas são cloradas e, no seu mecanismo de degração no meio ambiente, geram as dioxinas, que são compostos altamente tóxicos e prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. É primordial que se faça essa reavaliação, dado ao volume de uso previsto. Porque se existem substâncias toxicas em pouca quantidade, o risco é um, em grandes quantidades, o risco aumenta muito.

Já o procurador da República alerta para os danos à saúde, como câncer e mutação genética. Ele ressalta que o produto já está proibido em países como Dinamarca e Suécia e passa por reavaliação nos Estados Unidos e no Japão.

• Veja o comentário completo de Daniela Castro, direto de Brasília:

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