Em pronunciamento no Senado, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou que terá como meta central de sua pasta fortalecer a agricultura irrigada no Nordeste brasileiro. A ministra viajou em fevereiro a quatro estados da região: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.
Segundo ela, foi possível ver de perto o quanto este modelo de agricultura ainda precisa ser desenvolvido, para levar aos produtores nordestinos os benefícios que precisam receber. “A agricultura irrigada é fundamental para o Nordeste, e eu tenho como missão fazer uma política forte voltada para a região”, afirmou a ministra durante audiência na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.
Na última semana, Tereza Cristina se reuniu em Brasília com o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Carneiro Rolim, e pediu a ele prioridade para os financiamentos dos projetos de agricultura irrigada dos produtores locais. Numa das cidades que visitou, no interior da Paraíba, a ministra conheceu uma produção irrigada de cana-de-açúcar, que precisa urgentemente de recursos para aumentar a área plantada e, com isso, duplicar o número de trabalhadores contratados.
O presidente do banco se comprometeu a reforçar esse modelo de financiamento para projetos de irrigação. “Vamos ter uma agenda integrada com o Ministério da Agricultura. A agricultura irrigada gera uma produtividade expressiva”, concordou Rolim.
Tereza Cristina disse também que pretende formular uma política especial para o semiárido brasileiro junto com o Ministério do Desenvolvimento Regional, e, para isso, já conversou com o ministro Gustavo Canuto. “Quero que o Nordeste tenha as mesmas condições do Centro-Sul na agropecuária, que possamos levar todas as vantagens para a região”, disse a ministra. Ela informou, por exemplo, que já está negociando com o Banco Mundial (Bird) uma política de microbacias, para ajudar a minimizar os efeitos da seca que tanto prejudica a produção agrícola no semiárido.
Com o presidente do Banco do Nordeste, Tereza Cristina também conversou sobre o Terra Legal, programa de regularização fundiária e titulação definitiva para assentados e pequenos produtores rurais. No Senado, a ministra anunciou que a meta é distribuir títulos de posse definitiva da terra para 600 mil famílias, que atualmente, sem este documento, têm dificuldade de acesso às linhas de crédito rural e à assistência técnica.
Romildo Rolim disse que o banco está aguardando regulamentação para que o Banco do Nordeste participe ativamente deste programa de titulação. “Com o documento, o produtor pode hipotecar a propriedade e acessar a um volume de crédito muito maior. Sem a hipoteca, o crédito é de, no máximo, R$ 50 mil”, explicou.