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Ministro da Agricultura admite que há processadoras parando por falta de soja

Ele afirma, entretanto, que indústrias de suínos e aves não devem ser prejudicadas, desde que elas tenham contratos de fornecimento garantido

Fonte: Jecson Schmitt/Arquivo Pessoal

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, admitiu nesta quinta-feira, dia 18, que algumas processadoras de soja para o mercado interno estão paralisando as atividades por causa da falta do grão e do preço mais remunerador para exportação. 

Maggi disse, entretanto, que isso não deve prejudicar as maiores consumidoras do produto processado, as indústrias de suínos e aves, desde que tenham contratos de fornecimento garantido.

“Tivemos uma quebra de safra significativa, de cerca de 20 milhões de toneladas de todos os grãos, e isso afeta exportações e mercado interno de soja e milho. A exportação de grãos está muito valorizada e as indústrias têm diminuído e parado”, disse o ministro.

“Agora, todas as indústrias que têm contrato de longo prazo com cadeias produtoras têm (contrato) até dezembro e quero crer que elas não os suspenderão, uma vez que suinocultura e avicultura dependem dessa mercadoria”, completou.

Maggi disse que o Brasil já importou soja dos Estados Unidos em outras ocasiões e que, se necessário, as compras no exterior voltarão a ocorrer, já que o mercado do grão é livre. “Temos de estar atentos a todos os movimentos para que nenhuma cadeia sofra”, afirmou o ministro. 

Milho

Maggi alertou ainda aos produtores de milho que o mercado do grão passa por um “descompasso de comercialização”, que provocou uma disparada nos preços entre o fim do ano passado e o início deste ano, e que, portanto, não percam o “timing” da venda da próxima safra para não terem prejuízos.

Além de uma maior oferta de milho na safra 2016/2017, o governo avalia que o estoque de passagem, estimado em 5 milhões de toneladas de grãos para o começo deste ano, será significativo para garantir o abastecimento.

“Tenho alertado produtores de milho que estoques de passagem serão significativos e que se perder o timing de venda pode ter prejuízo. Produtor tem todo direito de especular, de pedir preço maior, de segurar mercadoria, mas tem de estar ciente que não temos falta de milho, mas um descompasso na comercialização”, concluiu o ministro.

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