O debate durou duas horas e tratou da logística no âmbio nacional e estadual. Questionado sobre o tempo que a mercadoria brasileira demora para chegar ao mercado final, o ministro respondeu que o tempo necessário para agilizar as devidas autorizações ambientais para a ampliação de obras de infraestrutura é uma das grandes dificuldades.
Sobre as medidas do governo para solucionar o congestionamento nos portos e rodovias, Andrade citou a implementação do selo eletrônico para cargas nos terminais de Paranaguá, Navegantes e Santos, que agiliza o carregamento nos navios. No entanto, ele não anunciou nenhum um planejamento a médio ou a longo prazo para resolver a questão.
Andrade destacou que o Plano Safra, que será anunciado no dia 4 de junho, estará a altura do desenvolvimento agropecuário do país, com disponibilidade de recursos mais altos e juros reduzidos aos agricultores. Segundo ele, a cada ano, o Brasil bate recorde de produção, aumenta sua área plantada e alcança altos níveis de competividade.
– Será o maior plano que o Ministério da Agricultura já elaborou – enfatizou.
O fórum, com apresentação do jornalista Irineu Guarnier Filho, reuniu para o debate o presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) e da Bahia Farm Show, Júlio Cézar Busato, o especialista em Transporte e Logística Rafael José Rorato, o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Reinaldo Sampaio, e o assessor para assuntos de rodovias da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Jony Marcos do Valle Lopes.
Com a voz, José Rorato apontou para a necessidade da criação de vias para o transporte de grandes cargas no oeste da Bahia, região com alta produção de algodão, soja milho e café. Os representantes concordam que o transporte rodoviário é ineficaz diante dos índices agropecuários do país.
Reinaldo Sampaio destacou que o Brasil investe apenas 2,1% do PIB em infraestrutura. Para resolver o déficit infraestrutural, segundo ele, seria necessário um investimento de 5% do orçamento.
– A pergunta é: o que estamos fazendo no presente para mudar o futuro da logística brasileira? Os portos públicos da Bahia estão entre os piores do Brasil em termos de eficiência, ele opera em níveis de ocupação acima do que seria tolerável – pontuou.
Além de citar a desigualdade de infraestrutura que o Nordeste tem em relação ao resto do Brasil, ele sublinhou que, mesmo que o transporte fosse feito através de rodovias “extraordinárias”, essa não é a melhor opção para o escoamento.
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– O Brasil tem a melhor competitividade de produção, mas perde muito com custos logísticos – disse.
Para o oeste bahiano, ele indicou que “atrair empresas com renúncia fiscal para a região não dão rultado a longo prazo e não traz resultados de forma macroeconômica”.
Já Jony Marcos do Valle Lopes, representante do governo, citou as iniciativas da EPL, criada em 2012 pela presidente Dilma.
– Iremos propor ações de curto prazo para evitar os atuais congestionametno no Porto de Santos. Não só para as cargas trancadas, mas para os cidadãos que não conseguem se movimentar na região.
Ele explicou que a EPL discute a implementação de ferrovias, hidrovias e portos onde for necessário. De acordo com Lopes, importantes vias terão a revitalização concluída no oeste da Bahia, o que deve otimizar o processo de escoamento e transporte de cargas na região.
A Bahia Farm Show 2013 é considerada a maior feira de tecnologia agrícola e negócios do Norte e Nordeste e segue até o dia 1º de junho.
