>> Governo fará leilões para tirar 13 milhões de sacas do mercado, diz Antônio Andrade
O Espaço Café Brasil criado em 2006, pela primeira vez troca São Paulo por Belo Horizonte. Cerca de 110 marcas, que formam o complexo da cadeia do café, participam do evento.
– O Brasil é o maior produtor de café do mundo e queremos que seja, queremos produzir, queremos que o produtor tenha no mínimo a chance de ganhar conforme o manual de crédito rural tem que ter uma renda de 30%. O produtor mais uma vez vende a sua safra com prejuízo – diz o presidente Associação dos Sindicatos dos Produtores Rurais do Sul de Minas Gerais, Arnaldo Reis.
Andrade confirmou as datas oficiais para os três leilões de contrato de opção ao preço de R$ 343 a saca para entrega em março 2014.
– Na sexta, dia 13, vai acontecer o primeiro leilão de um milhão de sacas de café e no dia 20, sete dias após outro leilão de mais um milhão, e no dia 27, mais um leilão. Além dos recursos que serão colocados á disposição dos nossos produtores e da nossa indústria, cooperativas, assim, finalizando um total de R$ 5,8 bilhões – disse.
Delegações de mais de 70 países participam da comemoração dos 50 anos da Organização Internacional do Café.
– O preço não está bom está em queda livre. O preço pago pelo café está muito baixo não está compensando – disse a presidente do Conselho Etiópia, Tadele Abrha.
O ministro da Agricultura da Angola, Afonso Pedro Canga, veio ao Brasil para conhecer melhor a tecnologia do país na produção de café. O país, que na década de 70 estava entre os 3 maiores produtores do mundo, agora sente a dificuldade de recuperar o tempo perdido.
– Naturalmente são dificuldades relacionadas com uma exploração que ficou abandonada durante algum tempo, é preciso renovar as plantações e é preciso reordenar as fazendas. Além de conceder apoios financiamentos, também é preciso recuperar a tecnologia para que a produção possa ser competitiva no mercado internacional – disse Canga.
A reunião de número 111 da OIC pode fazer história no Brasil. O presidente é o brasileiro Robério Silva. A entidade criada no pós-guerra para promover a produção e conciliar os preços, está mais aberta para o diálogo. Hoje, responde por 97% da produção mundial e 80% do consumo. A grande reivindicação do Brasil é por mais transparência nas estatísticas dos países produtores.
– O Brasil é absolutamente transparente, sempre fornece dados para o mundo inteiro das safras e dá condução dos estoques. O que não acontece com países como Vietnã ou outros que nunca ficamos sabendo como está a safra – disse o presidente FAEMG, Roberto Simões.
Primeiro leilão da Conab
O leilão de opções de venda de café desta sexta irá ofertar 10 mil contratos, que equivalem a 1 milhão de sacas de 60 quilos. No total, o governo lançará contratos para três milhões de sacas de café. O aviso diz respeito a café arábica colhido em 2013, tipo 6, bebida dura para melhor, com até 86 defeitos, peneira 13 acima, admitindo até 10% de vazamento, e teor de umidade de até 12,5%, em sacas de 60 quilos.
Para possibilitar maior número de beneficiários, o governo decidiu limitar a venda de contratos, cada qual de cem sacas de café. O limite será de cinco contratos por produtor, por CPF ou CNPJ, independente do número de avisos em que participar, individualmente ou por meio de cooperativas. Quando diversos produtores utilizarem o mesmo número de Inscrição Estadual o limite é de dois CPFs por inscrição. No caso das cooperativas, o limite será de cinco contratos por cooperado ativo. No caso das cooperativas, um contrato pode corresponder a diversos produtores (CPF/CNPJ), desde que a quantidade de sacas correspondente a cada produtor fique limitada à sua produção, que deverá ser informada à Conab.
No leilão de sexta, a Conab ofertará 7 mil contratos para Minas Gerais, 1,4 mil contratos para São Paulo, 700 contratos para o Espírito Santo, 500 contratos para o Paraná e 400 contratos para a Bahia. O preço de abertura em todos os casos será de R$ 171,50 por contrato.
O anúncio dos parâmetros para o lançamento dos contratos de opções de venda das três milhões de sacas de café foi publicado no Diário Oficial da União na última sexta, dia 6. A portaria interministerial da Fazenda e da Agricultura número 842 assegura R$ 1,05 bilhão para a compra do produto pelo governo federal, caso os produtores optem pela entrega do café. Isto ocorrerá se, na época do vencimento das opções, em 31 de março do próximo ano, os preços de mercado se mantiverem abaixo do valor de referência de R$ 343 a saca. O mercado aguardava pela divulgação das regras do leilão, que foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff só no início de agosto.
• Veja a Portaria Interministerial 842 com os parâmetros para o lançamento dos contratos