– Nunca vi nada igual na minha vida. Esta falta de planejamento e de preparo da Conab como um todo. A Conab tem que mudar e vai mudar. Eu não posso mais conviver com a falta de produto – disse.
Mendes Ribeiro Filho destacou a falta de armazéns em regiões do país que dependem dessa estrutura e o problema de sucateamento de armazéns em outros Estados. No início de setembro, o ministro Mendes Ribeiro Filho já havia reconhecido problemas no transporte do milho para as regiões Norte e Sul, quando garantiu que o problema seria resolvido, o que não conseguiu desde então.
Nos últimos meses, representantes da Conab alegaram problemas com o frete de caminhões, em função de greves no setor, como umas das dificuldades para garantir a distribuição dos grãos. O Exército Brasileiro foi acionado pelo Ministério para amenizar a escassez de milho no semiárido nordestino e outras regiões afetadas pela estiagem, mas negou o pedido, alegando inviabilidade técnica.
Ao reconhecer o problema que esvaziou os leilões realizados pela companhia para transporte de grão e os impactos da seca e da crise do milho, o ministro da Agricultura explicou que o governo está trabalhando na definição de algumas medidas, como a elaboração de um Plano Nacional de Armazenamento.
– O plano já vai prever que tenhamos, em determinados Estados, a condição para não vivermos as situações que vivemos este ano, como o milho em céu aberto em Mato Grosso. E se chove? O que vou dizer para a torcida? – questionou.
Segundo ele, o governo tem mantido diálogo permanente com governadores e a Conab está levantando as informações no país, mas admitiu que, em algumas situações, o Ministério não tem como agir.
– Não posso pagar pelo milho mais que o preço do milho. O milho subiu e não tem como comprar. Caminhão, não tenho como contratar, porque faço o leilão e ninguém aparece. O governo pode ajudar, mas tem situações que são impossíveis – disse.
Sem descartar possíveis demissões na Conab, Mendes Ribeiro ainda acrescentou:
– O que critico é a falta de previsão. Por isso, a política agrícola diferenciada, por isso [defendemos] a regionalização [outra medida estudada pelo Mapa], para termos uma situação diferente no ano que vem – acrescentou.