Mas uma ala de citricultores travou a negociação. Rossi ficou irritado com a posição da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), que recusou o acordo, após ter o apoio de outras entidades de citricultores.
O ministro teria ameaçado então finalizar as negociações e suspender a Linha Especial de Crédito (LEC) do governo para que as indústrias de suco fizessem os estoques, com a garantia que iriam pagar R$ 10 pela caixa da fruta adquirida. O projeto de fazer estoques do suco de laranja foi pedido pelos citricultores, justamente para evitar a baixa do preço da fruta e da bebida, durante a safra. Com ajuda do ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, que intermedeia as negociações, os produtores ainda negociam com Rossi.
O presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga e representante da Faesp, Marcos Antonio Santos, admitiu o impasse e afirmou que tenta agendar uma reunião com Sampaio e Rossi até o início da próxima semana, possivelmente em Ribeirão Preto (SP), onde o ministro reside. A proposta do representante da Faesp é que os R$ 10 por caixa sejam para toda a laranja contratada na safra 2011/12 e não apenas para uma parte a ser comprada para a formação dos estoques.
? Entre 70% e 80% da laranja da safra já foi contratada, boa parte com preços de US$ 3 a U$ 4, ou seja, a no máximo R$ 7 a caixa; se ajustassem todos os contratos para o mínimo de R$ 10 a caixa haveria um bom entendimento ? disse Santos.
? Não queremos que os R$ 10 vire o teto de preços da safra, mas o piso para os produtores, que, mesmo assim, venderiam a fruta abaixo do custo de produção ? completou.
Ainda de acordo com o representante da Faesp, os custos de produção apontados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) variam de R$ 12 a R$ 22 a caixa.
? Como as negociações são com o governo federal, pedimos ainda que a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) faça um levantamento dos custos ? concluiu Santos.