Mendes Ribeiro viaja para Buenos Aires na próxima sexta, dia 16, e já tem encontros agendados para tratar das barreiras com o ministro da Agricultura, Norberto Yahuar, e o ex-titular da pasta, Julian Dominguez, que preside a Câmara dos Deputados da Argentina. Segundo assessores, ainda está sendo articulado um encontro de Mendes Ribeiro com o ministro argentino da Economia, Hernán Lorenzino, a quem está subordinado o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que é o responsável pela adoção das medidas restritivas às importações.
O ministro aposta no bom relacionamento com seus colegas argentinos para reverter a situação. Ele lembra que recentemente a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) assinou um convênio com instituições argentinas para investimento de US$ 300 mil em projetos conjuntos de pesquisa. Ele comentou que os desencontros fazem parte do “relacionamento entre vizinhos”.
Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) relativos ao mês passado mostram que o açúcar foi o produto mais afetado pelas restrições impostas pelo governo argentino. Em fevereiro foram exportadas 9,2 toneladas de açúcar para aquele mercado, volume irrisório se comparado às 11,867 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado. A receita mensal caiu de US$ 9,325 milhões para US$ 15,6 mil. A média mensal em 2011 foi de 2,471 mil toneladas em volume e US$ 1,835 milhão em receita.
No caso da carne suína, os números da Secex revelam que as vendas de cortes tiveram uma queda de 82% em valor (para US$ 1,511 milhão) e o volume recuou 81% (para 478 mil toneladas). A média mensal ao longo do ano passado das exportações de carne suína para o mercado argentino ficou em US$ 9,603 milhões em valor e em 2,965 mil toneladas em volume. As importações de toucinho tiveram quedas menos acentuadas, mas o produto representa menos de 2% das vendas da suinocultura para a Argentina. Em relação a fevereiro do ano passado, o volume caiu 38% e a receita, 26%.
As vendas de cacau e derivados para o mercado argentino tiveram queda de 26% em valor (para US$ 9,718 milhões) e 24% em volume (para 1,977 mil toneladas), comparativamente a fevereiro do ano passado. A média mensal observada ao longo do ano passado foi de US$ 12,497 milhões de receita e de 2,542 mil toneladas em volume. Em fevereiro, as quedas foram mais fortes no volume importado de chocolates e achocolatados, com recuo da ordem de 47%. O volume das importações argentinas de cacau em pó caíram 33%; de manteiga, 13% e de pasta, 15%. Em contrapartida, a importação de cacau inteiro (bruto ou torrado) aumentou cinco vezes e atingiu 75 mil toneladas.