Na mesma ocasião foi assinado um plano de ação entre o Ministério do Meio Ambiente, a Fundação Chico Mendes e a organização não-governamental The Nature Conservancy (TNC) para promover a criação e a consolidação de unidades de conservação na Caatinga, a seleção de áreas prioritárias à conservação desse bioma e a elaboração da lista de regiões onde serão feitos estudos até dezembro de 2010.
? O mundo inteiro se preocupa com a Amazônia, nós também nos preocupamos com a Amazônia, mas a Caatinga está sendo destruída num ritmo mais acelerado que a Amazônia ? afirmou Minc, referindo-se ao dado de que 62% das áreas com tendência à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas pela Caatinga.
O ecossistema, exclusivamente brasileiro, ocupa 11% (844.453 quilômetros quadrados) do território nacional, abrangendo parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte de Minas Gerais. Esse bioma é responsável por grande riqueza de ambientes e espécies, com 932 tipos de plantas, 148 mamíferos e 510 aves.
O mapeamento das unidades de proteção mostrou que, atualmente, 7% da área estão protegidos, mas apenas 1% está em unidades de proteção e reservas indígenas. Os demais 6% fazem parte das Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que não são consideradas de proteção efetiva.
O grande impacto da Caatinga no meio ambiente decorre da extração de lenha para uso doméstico, para a produção de cerâmica e em siderúrgicas na região Sudeste, mas é possível fazer o uso sem destruir o bioma, destacou a representante da TNC no Brasil, Ana Cristina de Barros.
? Publicações mostram que se pode extrair lenha da Caatinga sem destruí-la, basta que se tenha uma taxa baixa de exploração da madeira para dar tempo ao bioma de crescer novamente. Isto chama-se sustentabilidade. Você tira um pouquinho e a natureza repõe ? disse ela.