? [Os trabalhadores] são levados para a região da Amazônia, de Mato Grosso, do Pará, do Tocantins e lá ficam submetidos a jagunços que não os deixam escapar e a pessoas que criam uma situação de escravidão pela dívida. A pessoa perde a liberdade de ir e vir.
Para Vannuchi, o trabalho deve ser de prevenção, para o trabalhador “não se deixar atrair por falsas promessas”, além de punição para os “péssimos fazendeiros”. Segundo o ministro, a agricultura do Brasil é a melhor do mundo, caracterizada por solos férteis e pela quebra de recordes na produção de soja e de cana-de-açúcar.
? [O trabalho escravo] pode sujeitar nosso país a ações na Organização Mundial do Comércio [OMC]. A alegação de que aqui se pratica trabalho escravo pode levar a um desastre na nossa folha de exportações.
Ele reconheceu que ainda existe uma espécie de desconfiança da população em relação à defesa dos direitos humanos. A idéia de que eles existem apenas para proteger os que fazem mal à sociedade, de acordo com Vannuchi, permanece como uma “forte mentalidade nacional”, sobretudo nos segmentos sociais mais pobres e que mais necessitam da garantia de seus direitos.
? É uma explicação enfiada na cabeça deles por setores do regime militar que foram derrotados. Uma visão da polícia como agente de repressão. É preciso corrigir essa má compreensão e o jeito de fazer isso é por meio de longos investimentos em educação. Incluir mais a educação em direitos humanos desde muito cedo.