– A radicalização não serve para nada. Ela só complica os processos, conturbando ainda mais e fazendo com que pessoas que querem defender suas razões as percam. O apelo que fazemos é: vamos ao diálogo, à negociação, à conversa, sem exaltação, garantindo a paz e a tranquilidade para que mais pessoas não sejam mortas – declarou o ministro.
Cardozo viajou a Mato Grosso do Sul horas depois de um índio terena ter sido baleado na região de Sidrolândia, onde fica a Fazenda Buriti, a cerca de 60 quilômetros da capital sul-mato-grossense. Na última quinta, dia 30, um índio da mesma etnia foi morto durante a retirada dos terenas que ocupavam a propriedade.
O ministro confirmou que 110 homens da Força Nacional e mais 100 homens da Polícia Federal (PF) estão sendo enviados para o Estado com o objetivo de garantir a ordem pública e evitar novos conflitos. O reforço policial foi solicitado pelo governador André Puccinelli. De acordo com Cardozo, foi a própria presidenta Dilma Rousseff quem determinou que ele fizesse todo o necessário para que a ordem seja mantida.
– Eu vim com a missão muito clara de, não só auxiliar o governo estadual no que for necessário para a manutenção da ordem pública e o cumprimento da lei, como também para dialogar com as lideranças dos lados envolvidos. Precisamos chegar a um acordo. Conflito e violência não geram resultado nenhum – acrescentou o ministro, classificando a morte do índio terena Osiel Gabriel como um fato “muito triste” que já está sendo investigado pela PF a fim de apurar se houve abusos por parte dos índios ou dos policiais.