Ministro Miguel Jorge admite retaliação à barreira comercial argentina

Até cinco caminhões com alimentos estariam parados na Fronteira devido a restrição do país vizinhoEnquanto industriais relatavam que caminhões brasileiros estavam parados na fronteira com a Argentina, por força das restrições à importação de alimentos industrializados, o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Enio Cordeiro, reunia-se com Alfredo Chiaradia, secretário de Relações Econômicas da chancelaria argentina, para cobrar uma posição oficial. Do Brasil, o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, admitia que o país poderá retaliar comercialmente a Argentina, caso o vizinho coloque em p

? O embaixador brasileiro está tendo várias reuniões para evitar que (a proibição) aconteça. Temos um fluxo importante de alimentos ? disse Jorge, acrescentando que o governo não foi notificado oficialmente.

Nessa quarta, dia 12, jornais argentinos publicaram declarações de fontes da Anmat, espécie de Anvisa argentina, admitindo que desde 23 de abril as listas de autorizações enviadas à Secretaria de Comércio Interior têm retornado com cortes. O titular da secretaria é Guillermo Moreno, que teria determinado verbalmente as restrições a proprietários de supermercados.

Conforme Ricardo Martins, diretor de comércio exterior e relação internacionais da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), quatro empresas já relataram problemas à entidade.

? Há quatro, cinco caminhões parados na fronteira, todos de alimentos, que nunca enfrentaram esse tipo de problema, nem durante o período das licenças não automáticas. Um deles é um caminhão de congelados, mas industrializados, material não perecível ? relatou Martins, evitando identificar as empresas prejudicadas.

Na embaixada brasileira em Buenos Aires, a perspectiva é de “solução a curto prazo para o problema”. Para os industriais, é importante agir em todas as frentes, tanto cobrando uma posição do governo brasileiro quanto tentando desembaraçar cargas retidas e embarques suspensos por conta da situação.

? O casal Kirchner é assim, primeiro bate e depois senta para conversar. Se formos analisar, a corrente de comércio nos favorece, mesmo com tudo o que eles fazem. O bom comerciante sabe que tem de ouvir besteiras de seus clientes. Nesse sentido, o governo brasileiro tem agido da forma correta, mas com o passar do tempo esse comportamento pode acabar levando a uma situação de profundo desgaste. Aí talvez se perca a paciência com isso ? avalia Martins.