A Unica ressalva que a situação é atípica por causa da antecipação do início das atividades das usinas em janeiro, fevereiro e março, meses habitualmente observados como de entressafra.
Na primeira quinzena de maio, a moagem de cana-de-açúcar das unidades produtoras das regiões Centro e Sul do país, responsável por metade da produção nacional, somou 32,77 milhões de toneladas. O volume foi 6,69% menor que o registrado no mesmo período do ano passado (35,13 milhões de toneladas).
No comunicado divulgado pela entidade, ele afirma que “além da pior qualidade da matéria-prima e do ritmo de moagem mais lento nesse início de safra, estamos observando uma redução significativa da produtividade agrícola do canavial”.
De acordo com Padua Rodrigues, a produção de etanol tem sido priorizada e os empresários estão preocupados em evitar que se repita a volatilidade de preços constatada no período de entressafra. Nos primeiros 15 dias de maio, a fabricação de açúcar alcançou 1,54 milhão de toneladas ante 1,87 milhão de toneladas no mesmo período de 2010. Já o volume de etanol produzido somou 1,26 bilhão de litros, dos quais 506,9 milhões de etanol anidro (que é misturado à gasolina) e 756,30 milhões de etanol hidratado (vendido nas bombas diretamente ao consumidor).
No acumulado desde o início da safra, 59,87% da cana-de-açúcar processada foi dirigida para a produção de etanol, que atingiu 2,16 bilhões de litros. O volume de açúcar alcançou 2,36 milhões de toneladas.
Os dados divulgados indicam ainda que, entre 1º de abril e 15 de maio, as usinas venderam 1,91 bilhão de litros de etanol, dos quais 51,80 milhões de litros foram destinados à exportação e o restante (1,86 bilhão de litros) escoado para o mercado interno. Só o volume de etanol hidratado chegou a 934,72 milhões de litros.
Na primeira quinzena, foram vendidos 327,29 milhões de litros de álcool anidro, a mesma quantidade da quinzena anterior. No mesmo período, as vendas do álcool hidratado no mercado interno cresceram 37,71% com a comercialização de 419,85 milhões de litros. Segundo a Unica, este aumento se deve à “recomposição dos estoques operacionais pelos agentes de comercialização e à recuperação da competitividade do produto frente à gasolina”.