Mofo branco prejudica lavouras de soja no sul do país

Calor e umidade aumentam os riscos de propagação da doença. Problema é de difícil controle técnicoCom 210 hectares de soja plantados na propriedade em Erechim, no norte gaúcho, o produtor Mário Moretto esperava colher o grão em março. Mas o agricultor foi surpreendido por uma doença que atinge plantações principalmente na região central e sul do país: o mofo branco. Pelo menos 10% da lavoura já está contaminada.

? O custo foi bastante elevado até agora, e perder a lavoura para uma doença comum, a gente estranha ? comenta.
 
O mofo branco mata a planta porque ataca a parte aérea, o tecido vegetal e a raiz. Ele se dissipa pelo solo e pelo vento, o que pode prejudicar uma lavoura inteira em pouco tempo.
 
? O grande problema é que essa doença é de difícil controle técnico. Por não ter muitos princípios ativos para a cultura da soja, para controlar a doença, e porque os escleróides do mofo branco podem permanecer no solo por até 11 anos ? afirma Cezar da Rosa, engenheiro agrônomo da Emater.

Segundo a Emater, uma das maiores dificuldades é identificar a doença na lavoura.
 
Olhando para a plantação de soja, ela parece estar se desenvolvendo normalmente. Mas a raiz e base do caule podem estar contaminados com a doença.

O mofo branco se desenvolve também por causa do período de chuvas, e as altas temperaturas, que concentram umidade na planta. Por isso, a recomendação dos especialistas é ter ainda mais cuidado com a plantação.

Depois que o solo é contaminado, é preciso tratar a terra e alternar as culturas cultivadas na área infectada. A orientação é que a produção de plantas hospedeiras, como soja, feijão e o fumo sejam substituídas por plantas germineas, como milho, trigo e azevenha.