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CENÁRIO

Moinhos inundados no RS: mercado de trigo termina o dia sem preços

Segundo o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o mercado de trigo ainda são difíceis de mensurar

trigo
Foto: João Leonardo Pires/ Embrapa

O mercado brasileiro de trigo iniciou a semana sem reportes de negócios e sem referência de preços.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o mercado ainda são difíceis de mensurar.

“Muitos moinhos estão inundados e não se sabe quais são as condições dos grãos que estão em seus armazéns. Esse é o segundo fenômeno climático de excesso de chuva num mesmo ano comercial. O primeiro comprometeu a produção. Com isso, o sentimento na cadeia tritícola é de total pessimismo. Sabendo que existem outras prioridades no momento, os agentes preferem não indicar preços. Porém, parece pouco provável que não ocorra um reajuste nas cotações”, explicou.

As últimas indicações no mercado gaúcho foram em torno de R$ 1.350 por tonelada CIF moinho. Em relação à safra nova, ainda há tempo para que o plantio ocorra após as condições climáticas e de logística voltarem ao normal.

Os produtores que tiveram perdas na soja terão dificuldades financeiras para o plantio de inverno.

No Paraná, o mercado também iniciou a semana com reduzido volume de negócios, mas com indicações de preços em alta. A tonelada é indicada no FOB interior a partir de R$ 1.400. Safra nova indicada por volta de R$ 1.250 por tonelada no FOB (baixo volume ofertado).

Trigo em Chicago

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais altos. O mercado começou o dia em queda, mas reverteu e voltou a ser impulsionado pelas preocupações em torno de possíveis perdas na safra russa. Em abril, o cereal subiu mais de 8%. Numa base contínua, os contratos estão nos maiores níveis do ano.

O clima volátil na Rússia dificulta a estimativa da safra do país. Além disso, as enchentes no Rio Grande do Sul deflagraram um rally na soja e no milho, movimento que respinga sobre o trigo.

Hoje, ao final do dia, sai o relatório de condições das lavouras e do avanço do plantio nos Estados Unidos, divulgado pelo Departamento de Agricultura do país (USDA).

As inspeções de exportação norte-americanas de trigo chegaram a 321.124 toneladas na semana encerrada em 2 de maio, conforme relatório semanal divulgado pelo USDA. Na semana anterior, as inspeções de exportação de trigo haviam atingido 502.769 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado foi de 216.035 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de junho, as inspeções somam 17.264.375 toneladas, contra 18.472.325 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.

No fechamento, os contratos com entrega em julho eram cotados a US$ 6,48 3/4 por bushel, alta de 26,25 centavos de dólar, ou 4,21%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em setembro de 2024 eram negociados a US$ 6,68 1/2 por bushel, ganho de 25,50 centavos, ou 3,96% em relação ao fechamento anterior.

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