Em comunicado da CNA, Hugueney avaliou que o Brasil pode, neste momento, mostrar aos Estados Unidos que está atento ao processo de implementação das políticas, o que pode ser feito a partir de consultas entre os dois governos.
A CNA monitora, ainda, a nova Política Agrícola Comum da União Europeia, vigente a partir deste ano. Com o orçamento anual de 60 bilhões de euros para 28 países-membros, os subsídios europeus representam, em média, 14% da renda total do produtor rural europeu. Apesar dos valores altos, os programas, em geral, não são destinados a produtos específicos, informa a CNA.
O objetivo da audiência foi a apresentação do estudo encomendado pela CNA à consultoria Agroicone, mostrando que a nova Lei Agrícola norte-americana tem grande potencial de distorcer o mercado global de soja, de milho e de algodão, embora tenha modificado seus programas de subsídios. O estudo apresentou dados preocupantes a respeito da concentração dos subsídios norte-americanos em poucos produtos específicos. Do montante anual de até US$ 29 bilhões, até US$ 20 bilhões serão destinados a milho, soja, algodão, arroz e trigo.
Segundo o diretor da consultoria, André Nassar, a nova lei norte-americana será implementada a partir do início da colheita da safra 2014/2015, em setembro. O temor é que os mecanismos de sustentação de preço sejam acionados pelo Tesouro dos Estados Unidos nos próximos meses para compensar, na renda dos produtores, o recuo dos preços das commodities agrícolas.
A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) defendeu a união dos países exportadores para acompanhar os efeitos distorcivos de políticas de subsídios, formando uma frente de observação internacional. O tema poderá ser discutido na reunião dos Brics (grupo de potências emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), agendada para julho, no Brasil.