Hoje no Brasil ainda não há autorização para o plantio comercial de arroz transgênico. Mas a Embrapa garante que, mesmo assim, com o cenário de mudanças climáticas, as pesquisas precisam avançar. Um dos estudos que vai se intensificar nos próximos três anos é a busca de genes no arroz que garantam maior tolerancia à seca.
Já no feijão, uma pesquisa está em fase final: o grão resistente ao mosaico dourado, uma doença que causa perdas de 300 mil toneladas por ano. A autorização para as pesquisas de campo deve sair nos próximos meses, e a previsão dos pesquisadores é que até 2014 o feijão geneticamente modificado chegue à mesa do consumidor.
Outro estudo com o feijão começa agora: o pesquisador da Embrapa Josias Corrêa pretende buscar um grão transgênico que seja resistente ao mofo branco. Além do feijão, os pesquisadores se dedicam às culturas da cana-de-açúcar e do algodão. Na Embrapa, eles também preparam um banco de dados sobre os biomas brasileiros.
Pesquisas como estas vem recebendo apoio da iniciativa privada. Nesta segunda, foram selecionados nove projetos, entre eles aqueles que envolvem a pesquisa com arroz e feijão transgênicos.
Para viabilizar o repasse dos recursos, a Monsanto abre mão do pagamento de royalties sobre a comercialização das variedades de soja com a tecnologia roundup ready da safra 2009/2010 pela Embrapa.
O acordo entre as empresas existe desde 2006. Nesse período já foram investidos mais de R$ 25 milhões em pesquisas.
Conheça os projetos selecionados:
– Feijão resistente ao mofo branco via engenharia genética;
– Melhoramento de algodão convencional resistente a nematóide das galhas;
– Desenvolvimento de plataforma de dados sobre os biomas brasileiros;
– Estudo do impacto ambiental de milho transgênico Bt sobre a entomofauna, microbiota do solo e produção de grãos;
– Programa de contenção e rastreamento para desenvolvimento de genótipos de algodão tolerantes a glifosato e resistentes a insetos;
– Identificação de plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato;
– Formulação de biopesticidas a base de vírus, fungos e bactérias para o controle da lagarta do cartucho;
– Transformação de arroz com genes relacionados à tolerância à seca e aumento do potencial produtivo;
– Prospecção de genes de cana-de-açúcar para melhoramento genético visando tolerância à seca.