Monsanto lançará até cinco variedades de cana-de-açúcar por ano

Valor estimado do investimento é de, pelo menos, R$ 35 milhões ao anoApós nove anos de pesquisa, as três primeiras variedades comerciais de cana-de-açúcar da Monsanto serão lançadas neste mês e terão a marca CanaVialis (adquirida pela multinacional em 2008). Nos planos da companhia, que conta com um portfólio de 70 clientes entre usinas e grupos sucroalcooleiros, estão lançamentos de até cinco variedades por ano.

– Enquanto as canas transgênicas não chegarem, esse é projeto da companhia -, disse José Carlos Carramate, líder dos Negócios de Cana-de-Açúcar da Monsanto, em entrevista à Agência Estado.

As novas variedades começaram a ser desenvolvidas quando a CanaVialis ainda era um braço de tecnologia agrícola do Grupo Votorantim. A Monsanto comprou a CanaVialis do grupo brasileiro por US$ 290 milhões. O executivo não diz quanto a empresa investe no setor de cana, mas adianta que por menos de R$ 35 milhões ao ano uma empresa não consegue apresentar duas ou três variedades novas de cana por ano.

As três variedades conseguiram produtividade de mais de 100 toneladas por hectare em alguns testes feitos pela Monsanto em usinas do Centro-Sul, maior região produtora do mundo da cultura, para a qual as cultivares foram desenvolvidas. Elas foram batizadas de CV 7231, CV 7870 e CV 6654. Na safra passada, a produtividade em algumas áreas do Centro-Sul ficou abaixo de 70 toneladas por hectare.

– Mas a produtividade máxima obtida nos testes é uma exceção e depende de vários elementos e de como é o cultivo pelos produtores e pelas usinas -, explicou Carramate.

Segundo ele, as próximas gerações de cana convencional da Monsanto serão adaptadas ao cultivo e à colheita em áreas de expansão da cultura, inclusive nos limites da nova fronteira, como em Tocantins. Carramate garante que a empresa pretende chegar ao mercado comercial de cana “de forma agressiva”, mas evita prever qual fatia a Monsanto terá com o lançamento das três variedades e de outras futuras.

– Estamos saindo do zero e é complexo prever, porque o período de transição e de troca de variedades é lento – analisou.

Agência Estado