• El Niño Modoki atinge Brasil em 2014
Segundo o diretor de crédito da Moody’s, Gursan Zurita, o Brasil é um dos países que está pronto para enfrentar as consequências do fenômeno e que os custos que o El Niño deve provocar aos cofres públicos serão provavelmente pequenos. Chuvas mais intensas na região Sul do país devem favorecer a produção de grãos, como soja e milho, e, consequentemente, pressionar as cotações dessas commodities.
Ainda de acordo com a Moody’s, os bancos brasileiros ofereceram bastante crédito aos agricultores nos últimos anos, devido ao forte crescimento do setor. Com isso, produtores e credores agora têm boas condições financeiras para lidar com os efeitos climáticos.
A última vez que um El Niño forte ocorreu foi em 1997 e 1998 e, desde então, os governos da América Latina têm se planejado para melhorar sua situação financeira, afirmou Zurita.
– O que aconteceu foi que tivemos políticas mais ortodoxas sendo implementadas pelos países da região. O Brasil foi exposto à dívida externa de curto prazo, o que colocou o país em risco, mas que já não é o caso – explicou.
Segundo a Moody’s, o Peru é geralmente um dos países mais expostos aos efeitos do El Niño na região e pode sofrer danos à infraestrutura, com inundações e deslizamentos de terra. Segundo a instituição, no entanto, o país possui um Fundo de Estabilização Fiscal, equivalente a 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB), que pode aliviar os prejuízos potenciais.
Bancos peruanos e chilenos emprestam menos dinheiros aos produtores e estão menos expostos aos riscos do setor. Os bancos da região “parecem não só ter uma boa qualidade de ativos, mas também parecem ser mais capazes de gerenciar riscos em comparação com os anos anteriores”, disse Zurita.