Em números, dos 6,4 milhões de moradores de zonas rurais que trabalhavam fora de casa em 2010, 1,3 milhão levavam até cinco minutos no trajeto, 3,5 milhões gastavam de seis a 30 minutos e 78,9 mil demoravam mais de duas horas para chegar ao trabalho.
Já na área urbana, dos 55,1 milhões de trabalhadores, 6,6 milhões passavam até cinco minutos no trânsito, 28,5 milhões gastavam de seis a 30 minutos no deslocamento e 1 milhão de pessoas passava mais de duas horas.
De acordo com o pesquisador do IBGE Cláudio Stenner, não existe um padrão mundial de tempo ideal de deslocamento entre a casa e o trabalho. Mas, para ele, esse tempo influencia diretamente na qualidade de vida e também do trabalho das pessoas.
– Não existe uma média ideal, mas o que a gente pode dizer com certeza é que tempos exagerados no deslocamento para o trabalho têm um impacto direto na qualidade de vida, que é bem evidente à medida que o tempo livre da pessoa se reduz brutalmente. Há também um impacto na produtividade econômica, porque a pessoa vai chegar mais cansada ao trabalho, vai chegar com uma condição física e psicológica pior e, evidentemente, isso vai se refletir na produtividade que ela vai ter no trabalho, então é uma questão social e econômica – destacou o pesquisador.
Essa foi a primeira vez que o estudo abordou o tempo de deslocamento para o trabalho.
A análise do IBGE não incluiu o meio de transporte usado no deslocamento até o local de trabalho.