Os números fazem parte do 7º Mapeamento e Monitoramento do Plantio de Soja no Bioma Amazônia, divulgado nesta terça, dia 25, pelo Ministério do Meio Ambiente (MDA). O estudo considera o acompanhamento de plantio de soja em 73 municípios de Mato Grosso, Pará e Rondônia, que respondem por 98% da soja plantada no bioma da Amazônia. O desmatamento causado por todas as culturas plantadas na Amazônia cresceu 36,4% entre 2012 e 2013, de 319.350 para 435.658. No período de 2007 a 2013, em, foram identificados 47.028 hectares do cereal em áreas desflorestadas após o início do pacto, e, portanto, em desacordo com a moratória da soja, instituída em 2006.
Segundo o ministério, o crescimento da soja sobre áreas preservadas da Amazônia inverte tendência da queda do desmatamento registrada desde a assinatura da moratória pela Associação Brasileira das Indústrias dos Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Nacional os Exportadores de Cereais (Anec), em parceria com entidades ambientalistas e com o ministério. O documento prevê que essas entidades se comprometam a não comercializar e nem financiar o cultivo da oleaginosa produzida no bioma amazônico.
Conforme o diretor da consultoria Agrosatélite, Bernardo Rudorff, dos 73 municípios, apenas 22 plantaram soja dentro da área definida pela moratória. O diretor do Greenpeace Brasil, Paulo Adário, afirmou que o crescimento ocorreu em função do aumento do preço da soja no mercado internacional.
– Houve um grande aumento da área plantada com a soja em desacordo com a moratória. Isso tem um explicação muito clara: houve um boom do preço da soja e isso levou os produtores a arriscar – disse.
O plantio em áreas não permitidas cresceu 17.733 hectares, equivalentes a uma alta de 61% entre as safras de 2012/2013 e 2013/201. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, concorda que houve pressão econômica em razão da alta do preço da soja.
– Alguns produtores resolveram apostar em descumprir a lei – ela, que observou que o total plantado irregularmente nos anos de vigência é pouco representativo no universo de produção da soja nacional e local.
Já o presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, recusou o argumento, afirmando que “a soja não é um driver importante no desmatamento da Amazônia”.
O mercado internacional cada vez mais tem uma consciência global de que nós temos que proteger o meio ambiente. Ninguém quer comprar nada oriundo de atividade ilegal, de desmatamento da Amazônia, nem desmatamento ilegal do Cerrado. Então, o mecanismo é ter transparência. Isso vai fazer com que o Brasil consolide seus mercados e até amplie.