O aumento do número de focos de mosca branca em lavouras de soja em Mato Grosso exige atenção de agricultores com o manejo da praga. O inseto foi encontrado em diversas propriedades no sudeste do Estado e, apesar de não ser um problema novo, ainda traz desafios a alguns agricultores da região.
O produtor Jefferson Luis Castelli, de Primavera do Leste, informou que, em algumas áreas plantadas com soja, a presença de mosca branca atrapalhou a produtividade das lavouras.
O inseto não chega a atacar a planta, mas a secreção açucarada que deixa nas folhas serve como alimento para a fumagina. “A mosca branca é como um vetor desse fungo, e é a fumagina que reduz a produtividade da soja”, explicou Valmir Assarice, analista da consultoria Agroconsult. A fumagina deixa uma camada escura sobre as folhas, atrapalhando a fotossíntese.
Apesar de não ter utilizado agrotóxicos específicos para a mosca branca, Castelli explica que algumas propriedades vizinhas precisaram fazer essas aplicações. Contudo, a maioria dos produtores aplica um tipo de inseticida que ataca apenas a mosca branca adulta, e não as ninfas do inseto.
Com custo mais elevado, o defensivo específico para as ninfas de mosca branca, que seria o mais indicado para áreas de alta infestação, ainda não é adotado em algumas propriedades.
Além da soja, a mosca branca prejudica outras lavouras, como a de feijão. Castelli revelou, inclusive, que plantaria a leguminosa como terceira cultura após a colheita da segunda safra de milho, também conhecida como safrinha. “Mas como a pressão de mosca branca está maior, ainda não sei se vai valer. O feijão é uma planta mais sensível que a soja, e se já tive problema de rendimento na soja…”, explica o agricultor.
Outro produtor, de Rondonópolis, comentou que há muitos focos da praga na região, mas que os relatos de maiores problemas são do médio norte do Estado.