Movimentação é intensa na Câmara devido à votação do Código Florestal

Dez ex-ministros de Meio Ambiente entregaram manifesto à presidente pedindo o adiamento da votaçãoPela quarta semana consecutiva, as atenções se voltam para a tentativa de votação na Câmara da proposta de alteração do Código Florestal. Foi mais um dia de intensas negociações. Pela manhã, dez ex-ministros de Meio Ambiente entregaram um manifesto à presidente Dilma Rousseff pedindo o adiamento da votação do Código.

? Toda a legislação ambiental está em risco. Porque isso será apenas o primeiro grande passo para a operação desmonte. Nós esperamos que seja adiada essa votação extemporânea. Até porque, a expectativa da aprovação da lei já aumentou o desmatamento em 450% ? afirma Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente.

Na Câmara, houve manifestações favoráveis as mudanças. O também ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli defendeu a proposta de Aldo Rebelo. Cerca de 1,2 mil produtores rurais de todo o país também estiveram presentes e expressaram apoio ao projeto.

? Os produtores é que produzem isso que está na mesa, a comida não nasce no supermercado, a carne não nasce no açougue. Precisamos fazer um link da alimentação a esses homens e mulheres do campo que estão aqui pedindo socorro ao Congresso Nacional para que possa votar o Código pra tirar todos da criminalidade ? ressaltou a senadora Katia Abreu (TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Mas a polêmica parece não ter fim. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura não poupou críticas ao texto, que prevê isenção de recomposição de reserva legal para pequenas áreas. Até artistas se manifestaram.

? Tem uma questão de cidadania muito importante. Se você está num país que quem não paga um imposto não consegue um crédito, por que quem não pagou está anistiado? Essa coisa ou de blindar ou anistiar é muito perigoso porque a exceção vira regra ? declarou a atriz Christiane Torloni, do movimento Amazônia Para Sempre.

Desde cedo o relator da matéria participa de várias reuniões na tentativa de construir um acordo. Ele foi chamado até o Palácio do Planalto para uma conversa com a presidente Dilma e desabafou que não vê a hora de liquidar esse assunto na Câmara e passá-lo para o Senado Federal.

? Eu como relator não aguento mais amarrar e desamarrar esse feixe de lenha e carregá-lo nas costas por mais tempo. Eu acho que é o momento de votarmos aqui na câmara e deixarmos que o senado também realize o seu trabalho ? afirmou o relator do projeto, deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Entenda o que está em discussão na Câmara: