Partindo de Goiânia, eles iniciaram a marcha a Brasília no dia 20 de agosto, com o lema “Aperte a mão de quem te alimenta”, e chegaram à capital federal na última segunda, dia 6. Os militantes ficaram acampados no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, área central de Brasília.
? Os pequenos agricultores merecem atenção do governo, porque respondem por 70% de toda a produção agrícola no Brasil ? disse José Francisco Moreira, um dos coordenadores do movimento e representante de assentados e acampados do Estado de Minas Gerais.
Segundo ele, os agricultores precisam do apoio do governo para “continuar produzindo frutas, legumes e verduras sem agrotóxicos”.
Na comemoração da Independência, quarta, dia 7, muitos dos militantes do MLST que vieram a Brasília juntaram-se aos participantes da Marcha Contra a Corrupção, que reuniu cerca de 25 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios.
A pauta de reivindicações que os trabalhadores apresentaram em Brasília inclui ainda apoio logístico para negociação do que produzem, a construção de moradias dentro do programa Minha Casa, Minha Vida, do Ministério das Cidades, o fornecimento de energia elétrica pelo programa Luz para Todos e o acesso à internet para o homem do campo.
Nesta quinta, dia 8, representantes do movimento foram recebidos pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ele ficou de realizar um novo encontro e apresentar uma resposta dos Ministérios aos quais o MLST apresentou suas reivindicações.
? O movimento não tem fim lucrativo e se satisfaz até mesmo com a troca do que produz por outros gêneros, inclusive insumos ? ressaltou José Francisco Moreira.
Os trabalhadores reclamam da concorrência do agronegócio, que usa agrotóxicos e acaba com muitos empregos ao usar máquinas na agricultura.
? Cada cidadão consome por ano 5,2 litros de veneno, que vêm das lavouras do agronegócio, responsável por 30% da produção agrícola no país ? disse Moreira.
Ismael Costa, também coordenador do MLST, informa que o movimento pediu nesta sexta, dia 9, ao ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, mais facilidades na concessão da aposentadoria rural para aqueles que não têm documentos. Segundo Costa, isso seria feito com a aceitação pela Previdência Social de documentação dada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, por intermédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Os trabalhadores querem ainda o direito aos auxílios doença e maternidade.
De acordo com Costa, o MLST tem interesse em formar agroindústrias, como usinas de leite e centros de distribuição da produção. Outra reivindicação do movimento é a venda de excedentes da lavoura para o governo, que são destinados à merenda escolar, assim como é feito na agricultura familiar.