O Ministério Público do Paraná (MPPR) ajuizou ação civil pública contra uma usina de cana-de-açúcar, uma empresa de aviação e um piloto por supostamente causarem a morte de cerca de um milhão de abelhas em Paraíso do Norte, no noroeste do estado.
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A investigação, conduzida pelo Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo), indica que os réus aplicaram defensivos agrícolas de forma irregular em área de cultivo de cana-de-açúcar, utilizando aeronave.
Isso resultou na intoxicação e morte de das abelhas europeias (Apis mellifera), impactando 20 colmeias.
O crime aconteceu em novembro de 2022.
A Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) confirmaram que o uso indevido de defensivos agrícolas causou a morte das abelhas.
O Ministério Público exige uma compensação financeira de R$ 387.951.
O valor deve ser determinado levando em consideração a capacidade financeira de cada réu.
Aplicativo para proteger abelhas
Segundo o órgão, a denúncia partiu de uma notificação feita no aplicativo Pólen App, desenvolvido pelo MPPR em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) para monitorar e proteger abelhas.
Assim que o usuário identificar uma situação de morte de abelhas, ele pode comunicar o fato inserindo informações e imagens na plataforma.
Os órgãos fiscalizadores do estado recebem as notificações imediatamente.
De acordo com a Food and Agriculture Organization (FAO), órgão das Nações Unidas para a alimentação e agricultura, as abelhas são um elemento imprescindível para a segurança alimentar.
A FAO estima que 85% das plantas com flores dependem dos polinizadores. Ainda de acordo com dados da instituição, mais de 75% de todas as plantações de alimentos do mundo dependem da polinização natural, além de 35% da terra agricultável do planeta.